Imagem ilustrativa da imagem Estados do Sul sentem menos desemprego recorde no País
| Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

A pandemia do novo coronavírus levou a taxa de desemprego a recordes em 20 estados brasileiros em 2020, informou nesta quarta (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As maiores taxas foram verificadas em estados do Nordeste e as menores, no Sul.

Segundo o IBGE, as maiores taxas de desocupação em 2020 foram verificadas na Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Rio de Janeiro (17,4%), enquanto as menores com Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%). Os dados do último trimestre reforçaram a desigualdade nos impactos da pandemia no mercado de trabalho. Enquanto a taxa de desemprego entre os homens foi de 11,9%, entre as mulheres foi de 16,4%. A diferença entre a taxa dos dois casos se ampliou em relação aos trimestres anteriores.

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), os ocupados no Paraná na pandemia caíram 3,11%, indo de 5,524 para 5,352 milhões, com a perda de 172 mil ocupações. Analisando os dados por posição na ocupação, em termos absolutos, a maior queda se deu nos empregados no setor privado, com a redução de 367 mil ocupações (-12,83%), influenciado principalmente pela queda nos empregos com carteira de trabalho, que representou 60,2% da perda (-221 mil), seguida pelos trabalhadores domésticos, com perda de 30 mil empregos (-9,46%)”.

Por outro lado, o maior avanço no período foi observado na posição de empregados no setor público, com a criação de 139 mil ocupações (23,92%), reflexo das contratações feitas pelo setor público para o enfrentamento da pandemia.

Os dados do IBGE confirmam também que mulheres e negros foram mais penalizados pela crise no mercado de trabalho. Brasileiros com menor escolaridade também tiveram taxa de desemprego superior à média nacional. No ano, a taxa de desemprego ficou em 13,5%, a maior desde 1993, segundo levantamento da consultoria iDados.

No quarto trimestre, a taxa de desemprego no país foi de 13,9%, a maior para o período de toda a série histórica do IBGE, iniciada em 2002. Em termos absolutos, a população desocupada (que não trabalha mas busca uma vaga) em 2020 atingiu a média de 13,4 milhões de brasileiros, 840 mil a mais do que o observado em 2019 e a maior marca da série histórica da Pnad.

Já entre as pessoas pretas, a taxa foi de 17,2%, enquanto a dos pardos foi de 15,8%, ambas acima da média nacional (13,9%). Já a taxa dos brancos (11,5%) ficou abaixo da média, disse o instituto. Entre os grupos etários, os jovens foram os mais afetados pelo desemprego no quarto trimestre. No grupo das pessoas de 18 a 24 anos, por exemplo, a taxa de desemprego ficou em 29,8%.

Brasileiros com ensino médio incompleto também tiveram desemprego maior do que a média, com 23,7%. Na outra ponta, a taxa do grupo de pessoas com nível superior completo foi de apenas 6,9%. O quarto trimestre de 2020 foi o último em que houve liberação do auxílio emergencial. Desde setembro, porém, o valor foi reduzido para R$ 300, ante os R$ 600 pagos nos meses anteriores. Com a redução, a taxa de desemprego passou a sofrer maior pressão, com mais gente em busca de uma vaga.