Com 8,5 quilômetros, o trecho 2 ligará a PR-545, na região do Aeroporto 14 Bis, na Warta, até a PR-445, próximo da indústria farmacêutica Sandoz, em Cambé
Com 8,5 quilômetros, o trecho 2 ligará a PR-545, na região do Aeroporto 14 Bis, na Warta, até a PR-445, próximo da indústria farmacêutica Sandoz, em Cambé | Foto: Gustavo Carneiro



Com o objetivo de viabilizar o início da construção do Contorno Norte no menor tempo possível, as entidades que compõem a Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura de Londrina e Região pedirão formalmente ao governo do Estado que comece pelo segundo dos três trechos em que a obra está dividida. A viabilidade e a maior necessidade foram levadas em consideração, não apenas por se tratar da rota menor e mais barata, com custo aproximado em R$ 100 milhões, mas porque existe uma demanda maior de desafogar o trânsito pesado e urbano na BR-369 (avenida Brasília). Ainda, servirá como atrativo para a instalação de empresas na área destinada à Cilon (Cidade Industrial de Londrina). A decisão foi tomada em reunião na última quinta-feira (8), na Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina).

O trecho 2 ligará a PR-545, na região do Aeroporto 14 Bis, na Warta, até a PR-445, próximo da indústria farmacêutica Sandoz e da Cilon, que será na continuação da avenida Saul Elkind, em direção a Cambé. Serão 8,5 quilômetros (km), de acordo com projeto desenvolvido pela Triunfo Econorte e cedido ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná), e terá menor custo de desapropriações por também aproveitar uma estrada rural.

A concessão do projeto ao DER fez parte da negociação que desobrigou a concessionária de pedágio de fazer um contorno em pista única, como previa contrato, em troca da antecipação da duplicação de trecho da BR-369, entre Cornélio Procópio e Jataizinho. Assim, o governo do Estado assumiu a responsabilidade pela obra de ligação entre o limite entre Cambé e Rolândia até Ibiporã.

O gerente de engenharia da Triunfo Econorte, Guilherme Mamprim, afirmou que a estimativa é que os 32,2 km do contorno, com pista dupla e intervenções, custem R$ 450 milhões. O trecho 1 terá 10,7 km e começará na interseção da PR-862, em Ibiporã, até a PR-545, na Warta, ao custo estimado em cerca de R$ 140 milhões. O terceiro é o mais longo, com 13 km, e caro, com preço aproximado em R$ 200 milhões, segundo Mamprim. A rota será da PR-445, próxima à Cilon, até a BR-369, entre Cambé e Rolândia.

Imagem ilustrativa da imagem Escolha de obra do Contorno Norte facilita atração de indústrias



O presidente da Acil, Claudio Tedeschi, disse que a iniciativa visa garantir que o contorno saia do papel. "Há possibilidade de conseguir os recursos para um trecho ainda neste ano e, se tiver começado, fica mais fácil de saber que vai terminar. Da outra vez, deixaram para o fim de um contrato de 20 anos e hoje já não é mais viável do modo que haviam planejado", afirmou. Ele citou o projeto previsto na concessão de rodovias à Econorte, que era de 1996 e previa uma via de pista simples ao custo de R$ 126 milhões, ou 29% do valor da nova proposta.

Para o deputado estadual Tiago Amaral (PSB), é preciso agilizar o pedido de priorizar um trecho, o que não significa que os outros dois serão deixados de lado. "Sabemos também da necessidade do trecho 1, de extrema importância, mas todos os debates levaram a mostrar que o 2 é prioritário neste momento", disse. Com os estudos prontos feitos pela Econorte, ele acredita que será possível ao governo do Estado agilizar o processo de decretar as áreas no trajeto como de utilidade pública. "A licitação não precisa aguardar as desapropriações em si, que podem correr em processos paralelos, ficando somente a execução da obra limitada ao fim do processo de desapropriação."

O superintendente da regional Norte do DER, Sergio Selvatici, afirmou que a abertura do processo permitirá os debates acerca de desapropriações. "Com o decreto de utilidade pública, se forma uma comissão para fazer avaliações de valores de cada terreno, com base no projeto, e fazer a proposta aos proprietários", disse. Esse custo está além dos R$ 450 milhões da obra.

A presidente da Aepic (Associação das Empresas do Polo Industrial da Região de Cambé), Rosinda Stremlow, lembrou que as entidades insistiram para que a obra não fosse deixada de lado, ao ser trocada pela duplicação da BR-369, e que o trabalho não acabou. "Queremos acompanhar para que se torne realidade dentro deste ano, para que o Contorno Norte, como um todo, possa ser um projeto para o próximo governo", disse.

Grupo mira 'sobra' da duplicação da PR-445

A concorrência na licitação para duplicação e restauração de 15,3 km da PR-445, entre Londrina e o distrito de Irerê, levou a uma economia de 31% entre o valor de edital, de R$ 135,6 milhões, e o menor preço, de R$ 93,2 milhões. De acordo com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná), a previsão é que a homologação do resultado ocorra no fim de fevereiro e os integrantes da Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura de Londrina e Região já pediram ao governo estadual que destine os recursos poupados para o Contorno Norte, segundo o deputado estadual Tiago Amaral.

A duplicação da PR-445 também faz parte das obras de infraestrutura na região para facilitar o escoamento de cargas e veículos a partir do Norte do Estado. A previsão é de completar os 82 km até Mauá da Serra nos próximos anos.

Em paralelo, os representantes da comissão pediram explicações ao superintendente da regional Norte do DER, Sergio Selvatici, sobre a recuperação das marginais dos trechos urbanos entre Cambé e Londrina da mesma rodovia, recentemente duplicados. Ele disse que as obras são aditivos de qualidade, em parte por deficiências no projeto original e que levaram a problemas de execução, como rachaduras em viadutos.

"As marginais foram usadas durante o período das obras e, em alguns segmentos, já foi possível fazer a recuperação", disse Selvatici. O edital com propostas de preço será aberto no próximo dia 9 de março, com teto de R$ 3,9 milhões.

A comissão
A comissão de infraestrutura de Londrina é formada por representantes da Assembleia Legislativa, da Acil, da SRP (Sociedade Rural do Paraná), do CEAL (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina), Sindimetal, Sinduscon Norte, AML (Associação Médica de Londrina) e pelo Grupo Folha.