A prorrogação até 1º de abril das medidas restritivas para controle da pandemia, anunciada pelo governo estadual nesta terça-feira (16), não agradou os representantes do setor econômico, mas deu um certo alívio a quem esperava um endurecimento das restrições. O novo decreto mantém o toque de recolher das 20 às 5 horas, a proibição da venda e consumo de bebidas alcóolicas em espaços de uso público e coletivo na mesma faixa de horário, em todos os dias da semana, e a suspensão das atividades consideradas não essenciais pelos próximos dois finais de semana.

Imagem ilustrativa da imagem Entidades ficam aliviadas com manutenção de decreto estadual
| Foto: Arquivo FOLHA

Com a extensão do decreto por mais 16 dias, as lojas de rua seguem funcionando apenas de segunda a sexta, das 10 às 17 horas, e os shopping centers, das 11 às 20 horas. Restaurantes, bares e lanchonetes podem funcionar de segunda a sexta, das 10 às 20 horas, com limitação de 50% da ocupação. Para delivery, o funcionamento é liberado a qualquer horário, inclusive nos finais de semana.

Na terça-feira, antes do anúncio do novo decreto, o clima era de tensão entre os comerciantes, que receavam maior rigidez nas medidas contra o avanço da pandemia por parte do governo do Estado. A decisão de não promover alterações nas regras de funcionamento do comércio, a orientação do Sincoval (Sindicato do Comércio Varejista de Londrina) aos associados foi para que os lojistas se reorganizassem de acordo com o que o decreto determina. “Vamos trabalhar com o decreto. É importante mostrar para o consumidor o horário de funcionamento e que sábado e domingo estará tudo fechado. Assim, o consumidor entende melhor e se programa”, disse o presidente da entidade, Ovhanes Gava.

Ele também fez um apelo para que a população se habitue a fazer suas compras nos estabelecimentos do bairro para evitar o transporte coletivo. “O transporte coletivo é que contribui para a contaminação das pessoas. Com menos gente utilizando o transporte, a gente vai baixar a contaminação.”

A Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) emitiu uma nota na qual afirma que a prorrogação do decreto até 1º de abril faz com que o setor produtivo “respire um pouco mais aliviado”, mas avaliou que algumas restrições mantidas condenam “uma importante parcela das atividades produtivas, que continuam a pagar a conta no lugar daqueles que realmente contribuem para a proliferação da Covid-19 em nossa cidade, através do não cumprimento das medidas sanitárias determinadas pelos órgãos de saúde”.

A entidade reforçou que o horário restrito para o funcionamento de empresas pode afetar compromissos trabalhistas, como o pagamento em dia dos salários e a manutenção de empregos.

A Acil reiterou o posicionamento que vem adotando, de reconhecer a gravidade e o avanço da pandemia sem deixar de defender medidas que protejam a saúde da população sem prejudicar a economia das empresas. A entidade reivindica a criação de uma “força-tarefa ostensiva” que atue na fiscalização e punição severas a todos os cidadãos que descumprirem as medidas sanitárias. A associação também cobra a reestruturação dos hospitais, para que tenham leitos e insumos suficientes para atender a população, e mais rapidez na imunização, com a aquisição de lotes extras de vacinas.

Na nota, a Acil também pede mais fiscalização e reestruturação da capacidade de atendimento do transporte público e a execução imediata de um plano de retomada econômica no município.