O clima de “fim de feira” passou ao largo de estandes visitados pela FOLHA durante a tarde deste domingo (16), no último dia da 61ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina 2023). Embora ainda não seja o momento de fechar os números, a maior parte das empresas que investiu em um espaço para apresentar seus produtos ao consumidor demonstrou otimismo com os negócios concretizados ao longo dos 10 dias de evento.

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Segundo o gerente geral de vendas da Toyopar, Emerson Nobile, a equipe da concessionária está “bastante feliz” com os resultados, apesar de terem enfrentado certa dificuldade para comercializar veículos movidos a diesel por conta de fatores como o patamar alto do combustível e a cotação elevada do seguro. De acordo com ele, o balanço final deve ultrapassar o montante de vendas registrado na feira do ano passado.

Emerson Nobile, gerente geral da Toyopar: "A gente já está vendendo para a carteira do mês de maio. Os números estão espetaculares, até um pouco a mais do que a gente previa"
Emerson Nobile, gerente geral da Toyopar: "A gente já está vendendo para a carteira do mês de maio. Os números estão espetaculares, até um pouco a mais do que a gente previa" | Foto: Lucas Marcondes

“A gente já está vendendo para a carteira do mês de maio. Os números estão espetaculares, até um pouco a mais do que a gente previa, tanto aquela venda direta para o produtor rural quanto a venda de varejo do showroom. Para você ter uma ideia, acho que a maioria das montadores que estavam na ExpoLondrina superaram as expectativas”, afirmou Nobile — aliás, alguns segundos depois dessa fala, um buzinaço no estande da representante da Toyota celebrou a venda de mais um veículo.

Para o gerente, as indefinições em torno da política econômica do governo federal nos primeiros meses da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acabaram deixando a clientela receosa em renovar a frota, mas, na exposição, esse movimento mostrou sinais de ter arrefecido. “O pessoal segurou o máximo que dava, e agora começou a gastar um pouco mais.”

Observações otimistas também foram feitas por quem trabalha no setor de máquinas agrícolas. Conforme Ronaldo Galvão, gerente da Cocamar Máquinas, a quantidade de negociações acabou indo além do que havia sido inicialmente calculado pela concessionária da John Deere.

“A gente não estava com essa expectativa tão grande de ter um volume de pessoas e negócios. E nos surpreendeu porque aparentemente a gente vai conseguir fazer um número maior do que fizemos ano passado”, analisou o gerente da Cocamar Máquinas.

Ronaldo Galvão, gerente da Cocamar Máquinas, diz que a quantidade de negociações acabou indo além do que tinha sido inicialmente calculado
Ronaldo Galvão, gerente da Cocamar Máquinas, diz que a quantidade de negociações acabou indo além do que tinha sido inicialmente calculado | Foto: Lucas Marcondes

Otimismo com 2023

“Quem não é visto, não é lembrado”. Utilizando essa máxima, José Amâncio avaliou que a ExpoLondrina serviu para reforçar laços com a carteira de clientes já estabelecida e deixar suas empresas em evidência para quem ainda não as conhece. Ele é proprietário NutriStar, do segmento de nutrição animal, e da Javet, de compra e venda de produtos veterinários.

José Amâncio, proprietário da NutriStar (centro), com os sócios Fernando e Edinelson: "Na minha maneira de ver, estamos passando um momento excepcional no agronegócio no Brasil.”
José Amâncio, proprietário da NutriStar (centro), com os sócios Fernando e Edinelson: "Na minha maneira de ver, estamos passando um momento excepcional no agronegócio no Brasil.” | Foto: Lucas Marcondes

“A feira é você estar presente. É um local para fazer contato, conhecer as pessoas”, comentou Amâncio. Para 2023, o empresário fez questão de externar otimismo com o ramo, diante de dados como o da safra de verão, que promete bater novo recorde. “Na minha maneira de ver, estamos passando um momento excepcional no agronegócio no Brasil.”

“Essa expectativa que o produtor teve agora com a última safra, aliada ao consumo de commodities no mundo, isso pode ajudar bastante no crescimento ainda maior do nosso negócio”, estimou Galvão.

Por outro lado, alguns estandes registraram vendas estáveis ou abaixo do esperado. “Está ocilando um pouco”, disse Márcio Gomes, da equipe de vendas Disfame Ferramentas. “Estamos com bastante entusiasmo [para 2023]. Acreditamos que vai melhorar e as vendas vão alavancar”, ponderou ele.

FALTA DE MATÉRIA-PRIMA

Ao mesmo tempo, empresas que atuam com produtos distintos ainda enfrentam um problema em comum: a carência de matéria prima, que já vem acometendo o mercado global desde o início da pandemia de covid-19, em 2020, e acentou-se em 2022, com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

“Os produtos maiores, de valor agregado, como colheitadeiras, pulverizadores de alta cavalagem, esses a gente está com muita dificuldade de entrega por conta desses insumos”, contou Galvão, da Cocamar Máquinas. “O nosso grande desafio vai ser conseguir carro. Por falta de componentes, o número de carros esse ano foi um pouco menor”, revelou Nobile, da Toyopar.

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