SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Nomes do empresariado, como Abilio Diniz (Península), Andre Szajman (VR), Daniel Castanho (Ânima Educação) e outros, se uniram ao GK Ventures, fundo de impacto social de Eduardo Mufarej, ​para oferecer crédito a pequenos e médios empresários na crise do coronavírus. Batizada de Estímulo 2020, a iniciativa vai oferecer capital de giro a fundo perdido no valor equivalente a até um mês de faturamento das empresas.

O desembolso será feito em três parcelas, com juros de 4% ao ano, carência de três meses e prazo de até 18 meses para pagar. A concessão do auxílio vai levar em conta a idade de cada negócio, a vulnerabilidade do setor de atuação, além de indicadores operacionais e de adimplência. ​

A primeira rodada abrange R$ 20 milhões, e os desembolsos começam a ser processados no dia 1º de maio e devem sair em até dois dias úteis. Após a primeira leva, a captação de novos recursos e adesões continuará, com informações pelo site (https://apoiandonegocios.org)/, que também traz dados para os interessados em receber o dinheiro.

A iniciativa, sem fins lucrativos, é a primeira do tipo no Brasil desde o aprofundamento da crise do coronavírus, segundo Mufarej, e foi inspirada em um modelo conhecido como "relief funds", que já tem cerca de 500 programas semelhantes nos Estados Unidos.

“Muito importante apoiar os pequenos empresários neste momento. São eles que giram a economia, criam empregos. A ação é inspirada nos “relief funds” dos EUA, e nossa família apoia bastante essa iniciativa", diz Abilio Diniz.

"É um movimento de apoio empreendedor brasileiro. O momento exige nossa mobilização em benefício da sociedade. Sabemos da dificuldade e não podemos ficar de braços cruzados. Não dá para continuarmos tocando nossa vida como ela era", afirma Mufarej, que também tem iniciativas como a RenovaBR.

Além de apoio financeiro, o trabalho abrange capacitação profissional e ferramentas gratuitas de comércio eletrônico, contabilidade e gestão para os pequenos e médios empresários atendidos.

Daniel Castanho usa a história de sua empresa para falar do potencial destruidor dessa crise sobre os negócios de menor porte. "Se a crise do coronavírus tivesse acontecido em 2003, a Ânima, por exemplo, não existiria. Sabemos que há momentos em que as possibilidades desaparecem e não temos a quem recorrer", diz o empresário.

Empresas como Stone, Tarpon, BTG Pactual, CVC Capital e outras também estão envolvidas.