Durante visita a Londrina, Teiji Hayashi disse que o Japão tem preocupação com a segurança alimentar e quer buscar mais parceiros deste setor comercial.

Uma comitiva composta pelo embaixador japonês Teiji Hayashi, pelo cônsul-geral do Japão em Curitiba, Keiji Hamada, e pela terceira secretária da Embaixada do Japão, Kana Hasegawa, visitou o Norte do Paraná recentemente. Em entrevista à FOLHA, o embaixador reforçou que o governo japonês quer incrementar o comércio bilateral entre Japão e Brasil.

“Atualmente já temos bastante comércio entre Japão e Brasil. O Brasil exporta minérios e produtos alimentícios, como ferro, soja e carne de frango ao mercado japonês. O Japão, por sua vez, exporta máquinas e automóveis ao mercado brasileiro”, explicou. “Acredito que temos possibilidade de aumentar o volume comercial entre os dois países. Hoje, depois da agressão russa à Ucrânia, qualquer país precisa fortalecer a cadeia de abastecimento. A economia brasileira está crescendo significativamente e estamos buscando incrementar esse comércio bilateral”, declarou.

Hayashi exemplificou que a carne de frango brasileira ocupa 60% da importação desse produto no mercado japonês. “Se vamos a um supermercado japonês é possível encontrar carne de frango brasileira facilmente. O Japão também importa soja, suco de laranja”, afirmou. “Aqui em Londrina fui à Cooperativa Integrada e falamos da possibilidade de aumentar ainda mais o comércio de produtos agropecuários. O Japão possui preocupação sobre a segurança alimentar e queremos buscar mais parceiros deste setor comercial com o Brasil.”

QUESTÃO AMBIENTAL

A reportagem também perguntou ao embaixador sobre como o Japão vê a questão ambiental, em especial na região amazônica. Ele respondeu que o Japão realiza vários projetos para proteger o meio ambiente, sobretudo a floresta Amazônica. “Nossa agência Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão) está realizando um projeto utilizando um satélite e inteligência artificial que vai analisar como o desmatamento da floresta avança. Com as informações do satélite podemos tomar medidas preventivas contra o desmatamento. Um exemplo é o trabalho do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e também temos outro projeto no Pará chamado indústria agroflorestal. Este é um projeto bem interessante, pois os agricultores podem cultivar cacau, pitaia, pimenta, entre outras coisas e com valor agregado pelo processamento desses produtos.”

Ele ressaltou que o governo japonês está disposto a trabalhar ainda mais com o governo brasileiro. “Estive em Manaus para falar com os institutos nacionais amazônicos e temos vários projetos com eles para proteger essa floresta. Também estamos interessados na produção de energia renovável. Algumas empresas japonesas têm tecnologia avançada nessa área, como a Toyota, que possui um carro movido a hidrogênio chamado Mirai. Estamos divulgando essa tecnologia no Brasil e buscando parceiros, mas mantemos a busca de outras formas de energia renovável, como a bioenergia gerada pela biomassa”, concluiu.

"Obviamente a política brasileira de meio ambiente é importante para impulsionar projetos com as empresas japonesas e com o governo. Estamos prestando muita atenção para essa política de meio ambiente após as eleições. De toda madeira esse negócio verde tem um potencial importante para o futuro da cooperação entre o Japão e o Brasil."

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