Na contramão do fortalecimento da moeda americana no exterior, o dólar caiu ante o real nesta terça-feira, 9, e furou o piso de R$ 3,80, encerrando os negócios em queda de 0,59%, a R$ 3,7858. Sem a referência das negociações com dólar futuro, já que a B3 esteve fechada por conta do feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo, o mercado de câmbio teve um dia atípico e de baixa liquidez. A taxa Ptax fechou em R$ 3,7858, em queda de 0,54% em relação ao fechamento de segunda-feira, em R$ 3,8065.

Investidores seguem atentos às negociações para votação da reforma da previdência, que pode ser iniciada ainda hoje na Câmara dos Deputados. O presidente Jair Bolsonaro disse que espera aprovação da reforma em primeiro e segundo turno até sábado. Mais cedo, o líder da oposição na Casa, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que a oposição vai usar o chamado "kit obstrução" para convencer parlamentares a votarem contra o texto.

No exterior, o dólar avançou em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. O índice DXY - que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes - apresentou alta moderada.

O diretor superintendente da corretora Correparti, Jefferson Rugik, não acredita que o dólar abaixo de R$ 3,80 tenha "vindo para ficar". No front interno, Rugik lembra que ainda há "todo o desenrolar da votação da Previdência" em primeiro e segundo turno na Câmara. "E temos amanhã o discurso do presidente do Fed (banco central americano), que pode comentar sobre a política monetária e dar pistas sobre os próximos passos da instituição", afirma Rugik.