A fábrica da Atlas Schindler em Londrina está completando 25 anos em 2023. Para marcar a data, o presidente do Grupo Schindler na América Latina, Flavio Silva, esteve na cidade para um encontro com os colaboradores da unidade paranaense, uma das 11 plantas do grupo que atende a todos os continentes. "Eu diria que há 25 anos Londrina nos acolheu", afirmou o executivo.

Nos últimos 25 anos, a fábrica da Atlas em Londrina desempenhou um papel fundamental no fornecimento de elevadores, escadas e esteiras rolantes de alta qualidade para o Brasil e outros países da região. Com uma área fabril de 57.000 m² e um terreno de 172.000 m², a planta tem se destacado e a empresa está muito atenta no papel dos elevadores de última geração para o processo de verticalização das cidades brasileiras.

Tanto que a fábrica de Londrina passou por uma significativa modernização e expansão, incluindo a construção de um Centro de Serviços Compartilhados e a criação de um espaço dedicado à Pesquisa e Desenvolvimento.

Segue entrevista com o CEO da Atlas Schindler na América Latina, Flavio Silva.

Hoje o sr. está em Londrina para celebrar os 25 anos da fábrica de elevadores, escadas e esteiras rolantes da Atlas Schindler na cidade. Poderia nos falar sobre a importância que essa unidade representa para o Grupo na América Latina?

Estive em Londrina essa semana para comemorar junto àqueles que fazem tudo isso acontecer, os colaboradores. Nada disso seria possível sem eles. A fábrica completou 25 anos e é hoje uma das plantas fabris mais importantes do Grupo Schindler. No total são 11 fábricas para atender todos os continentes e, Londrina, é uma delas.

A unidade da Atlas Schindler em Londrina é a única fábrica na América Latina, sendo assim muito importante para o Grupo. É uma planta fabril estratégica porque fornece elevadores, escadas e esteiras rolantes, além de peças de reposição, para todo o território nacional e para países vizinhos, imprimindo mais agilidade na logística com menor tempo de entrega dos equipamentos.

Hoje, boa parte da produção da planta tem como destino países como Chile, Colômbia e México.

Como o sr. vê a cidade de Londrina sendo referência, através da Atlas Schindler, no setor de elevadores e um polo exportador?

Eu diria que há 25 anos Londrina nos acolheu. Estamos orgulhosos de que nossa presença na cidade tenha contribuído para que Londrina seja reconhecida como referência no setor de elevadores e como centro exportador. Somos muito gratos de ter construído uma história de tantos anos na cidade.

Em 2024 o Grupo Schindler completa 150 anos de operação e no Brasil, a Atlas Schindler também é uma empresa centenária, com mais de 105 anos participando do crescimento vertical do país. Hoje, a companhia é líder em transporte vertical no mercado nacional e é reconhecida como sinônimo de segurança e qualidade. Isso nos impõe a responsabilidade de ter sempre uma estrutura moderna e completa para atender não só a esse mercado, mas a cada um de nossos clientes.

Acredito que ser referência reflete nossa capacidade de oferecer aqui, os mesmos produtos, com a mesma qualidade e segurança de outros países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, por exemplo. A exigência de operação é a mesma em qualquer país onde a companhia mantém uma unidade fabril e Londrina se mostrou capaz de atender a esses desafios.

Neste um quarto de século, o que marca a mudança na fabricação desses componentes (elevadores, escadas e esteiras rolantes)? Nos últimos anos, a fábrica passou por expansão e ganhou um centro de Pesquisa e Desenvolvimento. Há planos para uma nova expansão? Quais são os planos futuros para a unidade de Londrina?

O que mais marca é a inovação. Entregamos aqui o que há de mais moderno no mercado mundial de transporte vertical.

O aumento da presença da companhia na cidade teve início há alguns anos. A Atlas Schindler ampliou seu parque fabril para incorporar a produção local da linha global de elevadores modulares Schindler, expandiu sua capacidade exportadora e implementou o novo Centro de Serviços Compartilhados para organização e integração de processos e otimização de recursos e sistemas de toda a operação brasileira, revertendo em expressivo aumento da qualidade de atendimento e satisfação dos clientes.

A ampliação trouxe mais agilidade a processos diários, como os de recebimento, armazenagem e movimentação de materiais; a segregação do almoxarifado; e o controle de qualidade, além de garantir a capacidade para atender o mercado latino-americano. Foram construídos também uma expansão do restaurante, além de um moderno showroom.

A unidade de Londrina emprega quantas pessoas? E no Brasil? Poderia nos passar números de produção anual em Londrina e no Brasil? São duas fábricas no Brasil? Qual o faturamento da empresa no Brasil?

Depois da expansão, foram criados mais de 200 postos extras e hoje, emprega mais de 700 pessoas. No Brasil, somos mais de 5.000 colaboradores. Algumas informações referentes à produção são estratégicas para a companhias, mas podemos dizer que, desde o início de sua operação, Londrina produziu mais de 150 mil equipamentos para edifícios residenciais, comerciais e industriais, além de empreendimentos corporativos, em toda a América Latina.

Além de Londrina, mantemos um fábrica de peças, o Service Center, em São Paulo, onde abastecemos o mercado com peças certificadas muitas vezes, feitas de forma artesanal pelos nossos especialistas para atender os equipamentos mais antigos que ainda estão em funcionamento nas cidades.

Sobre mão de obra qualificada para trabalhar na fábrica paranaense. A empresa encontra em Londrina pessoal capacitado?

Sim, Londrina oferece uma mão de obra altamente qualificada para nossa operação. Temos contato próximo com as universidades locais para buscar esses talentos em formação, além do Senai, que possui um Centro de Preparação de mão de obra para a Indústria.

Sobre a introdução do Sistema Robótico de Instalação para Elevadores (R.I.S.E) no Brasil. Poderia nos explicar sobre essa tecnologia e por que ela está sendo considerada revolucionária?

O Schindler R.I.S.E é o primeiro robô autônomo de atuação no interior de poços de elevadores, na fase de construção do empreendimento. É uma tecnologia inovadora desenvolvida pela companhia em seus Centros de Pesquisa e Desenvolvimento em conjunto com parceiros estratégicos do mercado global.

A tecnologia de ponta atua no processo de medição, furação e colocação dos chumbadores necessários para instalação segura do elevador no poço do empreendimento. O seu uso aumenta significativamente a eficiência na entrega dessa etapa do projeto e é capaz de reduzir em até 65% o tempo na primeira etapa de instalação dos elevadores.

Como será o elevador do futuro? Quais as inovações que podemos esperar em cinco, 10 anos?

Acredito que estamos na transição entre o analógico e o digital na indústria de elevadores. Os equipamentos que estamos entregando hoje já estão conectados na plataforma Schindler Ahead e, por isso, são monitorados de forma remota 24 horas por dia, 7 dias na semana. Eles geram relatórios, avisam quando alguma inconsistência aparece e permite uma atuação preditiva da equipe, evitando assim indisponibilidades não previstas. Hoje, a intervenção remota, sem necessidade da presença de um técnico no condomínio também já é realidade.

Se um elevador para de funcionar, por exemplo por uma queda de energia, é possível fazer uma intervenção a distância e retomar os padrões de engenharia e fabricação do equipamento, que volta a funcionar normalmente. Isso é o futuro, hoje!

Em relação ao mercado imobiliário, o atual momento é positivo para o setor de elevadores?

A tendência das cidades é continuar crescendo para cima, isto é, se verticalizarem, e isso é bom para o setor de elevadores.

Estudos recentes apontam que a população está envelhecendo e até 2030, o número de pessoas com mais de 65 anos devem aumentar em 37% devido a melhor qualidade de vida e queda da natalidade. Além disso hoje, 85% da população brasileira já vive em áreas urbanas e até 2050, esse número pode chegar a 97%.

Se pensarmos nesses dois fatores, a demanda por infraestrutura, que já é alta, será ainda maior, já que teremos uma quantidade grande de pessoas morando em prédios cada vez mais altos, que precisam de nossos equipamentos para se locomoverem. E nós estamos preparados para atender a essa demanda, sempre com elevadores modernos e tecnologia de ponta.

À medida em que as cidades crescem, os edifícios ficam mais altos. Qual o desafio para o mercado de elevadores acompanharem o crescimento vertical do arranha-céu?

Acompanhar as exigências do mercado, com prédios cada vez mais alto, é parte de nosso DNA. Oferecemos equipamentos cada vez mais modernos, seguros e mais amigáveis com o meio ambiente. Para nós, melhorar a eficiência energética é essencial para reduzir o impacto ambiental dos elevadores e dos edifícios nos quais estão instalados. Recursos ecológicos como acionamento regenerativo, iluminação em LED e modo standby quando o elevador não estiver em uso são itens de série para reduzir o consumo de energia total, obtendo os melhores níveis de eficiência energética no dia a dia de um condomínio, por exemplo.

No século 21 ainda há pessoas que têm medo de andar de elevador. O que o senhor diria para essas pessoas?

O elevador é considerado um dos meios de transporte mais seguros do mundo. Somente nossos equipamentos, da Schindler, transportam mais de 1,5 bilhão de pessoas todos os dias de forma segura e constante. Se a manutenção preventiva é feita com qualidade por uma empresa de confiança, não há motivo para medo.