Imagem ilustrativa da imagem Eficiência energética no campus
| Foto: Fotos: Gustavo Carneiro



Assim como acontece com os eletrodomésticos que todos nós temos em casa, prédios da UEL (Universidade Estadual de Londrina) poderão receber uma etiqueta de eficiência energética. Pesquisas mostram que medidas simples podem trazer bons resultados para toda a comunidade universitária.

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O Grupo de Trabalho Selo de Edificações está realizando a classificação e adequação do nível de eficiência energética de edificações no campus da UEL, de acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações do Inmetro. A professora Thalita Giglio, do Departamento de Construção Civil, envolveu dezenas de alunos da graduação e do mestrado em Engenharia Civil. Um dos orientados dela fez uma análise do nível de eficiência energética do edifício sede do CTU (Centro de Tecnologia e Urbanismo). O trabalho trouxe diversos resultados relevantes que mostraram como é possível reduzir em até 60% o consumo de energia com medidas simples, como a cobertura do telhado com uma pintura branca de alta reflexão ou a colocação de uma subcobertura aluminizada. Ambas de baixo custo e fácil instalação. "Quando a gente coloca estratégias simples para tornar uma cobertura mais eficiente, o ar condicionado que esteja operando dentro do ambiente pode trabalhar por menos tempo, o que reduz o consumo de energia e o gasto com ela", exemplifica a professora.

A pesquisa conduzida por Giglio faz parte de um trabalho que a UEL está realizando desde o ano passado com o apoio da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica). A universidade vai receber em torno de R$ 3 milhões para aplicar ações de eficiência energética que envolvem desde a produção de energia a partir de biogás, até a instalação de painéis de tecnologia fotovoltaica, isto é, placas solares.

O professor da UEL de engenharia Osni Vicente explica que eficiência energética não significa apenas gastar menos energia, mas primordialmente utilizá-la de modo mais disciplinado para que todo o sistema elétrico funcione adequadamente.

Osni Vicente, professor de engenharia elétrica/UEL



Segundo o prefeito do campus da UEL, Dari Toginho Filho, além de reduzir o gasto de R$ 300 mil mensais com energia, a geração de extra de energia deve acontecer no período da tarde, quando há maior consumo. De acordo com o Osni, esse fator beneficia todo o sistema elétrico e reduz ainda mais os custos.

Osni Vicente, professor de engenharia elétrica/UEL



Osni também faz parte de um esforço da universidade em conscientizar a comunidade universitária. Para isso foi criado o Grupo de Trabalho para o Consumo Racional de Água e Energia, que vai apresentar propostas para uma possível mudança de atitude das pessoas. O grupo é coordenado pelo prefeito do campus, que explica porque foram criados grupos de trabalho no projeto de eficiência energética da UEL.

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Ouça a entrevista com Dari Toginho Filho, prefeito do Campus da UEL



De acordo com Giglio, existem dois procedimentos metodológicos para os cálculos de eficiência energética de uma edificação.

Thalita Giglio, professora de engenharia elétrica/UEL



No projeto na UEL está sendo utilizado o método por simulação, que exige maior conhecimento do pesquisador, principalmente para usar os programas de computador específicos.

Thalita Giglio, professora de engenharia elétrica/UEL



Giglio esclarece que a etiquetagem realizada nos edifícios do CTU deve criar uma sistemática com procedimentos padrões que podem servir de parâmetro para a classificação de outros prédios do campus da UEL, o que deve reduzir custos no futuro. "Importante salientar que aqui na UEL não estamos fazendo etiquetagem, o que compete aos laboratórios credenciados do Inmetro. Nós estamos classificando o nível de eficiência energética das edificações do campus usando o procedimento do Programa Brasileiro de Etiquetagem. A principal finalidade do nosso trabalho é saber o nível de eficiência energética dos edifícios do campus da UEL e, a partir dai, saber o que fazer para melhorar esses níveis", aponta Giglio. Caso a universidade queira que os prédios sejam etiquetados, será preciso solicitar esse trabalho ao Inmetro.

O Brasil ainda está aquém em relação a outros países no incentivo à construção e à implantação de medidas de eficiência energética nas edificações. Há uma lei federal de 2014 que obriga a etiquetagem em novos edifícios públicos federais. No Paraná não existe nenhuma legislação nesse sentido. Além da redução nos gastos com energia elétrica, não existem benefícios tributários ou compensatórios.

A UEL tem até o final desse ano para implantar e avaliar a eficácia das ações do plano de eficiência energética.