É preciso programar as despesas
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2000
Agência Estado
De São Paulo
Enquanto a correção dos salários vem mal repondo a inflação medida pelos índices que refletem a variação de preços ao consumidor, os chamados IPCs, que acumularam alta na casa dos 8% em 1999, muitas das despesas do orçamento doméstico sobem pelo IGP-M ou pelo IGP, da Fundação Getúlio Vargas, índices de inflação que fecharam 1999 em cerca de 20%.
São reajustes desse tamanho que poderão chegar a contratos como os de aluguel e de compra de imóveis e à conta de energia elétrica e telefone, por exemplo. Esse crescimento desproporcional das despesas em relação ao salário tende a provocar desequilíbrios nos já apertados orçamentos domésticos ao longo do ano. Daí a necessidade de programar-se agora, para evitar ter de recorrer depois a empréstimos.
É preciso ficar atento aos meses em que cada despesa terá reajuste, para fazer uma previsão. Além disso, em certos meses, ocorrem despesas extras, como neste, que acumula o pagamento de impostos (IPVA e IPTU) e a compra de materiais escolares.
Por falta de previsão, muita gente não poderá aproveitar os descontos no pagamento à vista de impostos. Há ainda o seguro do carro, que pesará no orçamento no mês da renovação; a parcela intermediária do imóvel adquirido na planta; o pagamento do Imposto de Renda, que deverá ser feito a partir de abril, etc.
O economista do Lloyds TSB Adauto Lima diz que uma forma de ajustar o orçamento é comparar preços. No caso de compras de supermercado, ele recomenda, ainda, a trocar marcas dos produtos, se necessário. Ser a evolução do a cabeleireira exagerar no preço do serviço, troque de salão também, ele diz. Reajuste de aluguel não deve ser aceito se o valor superar o de mercado, diz. No caso de produtos e serviços que não podem ser substituídos, caso do telefone fixo, ele diz, a opção é tomar medidas que reduzam a conta.
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que passa a ser considerada no cálculo do Índice de Preço ao Consumidor (IPC) a partir deste mês, numa família com renda de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil o total de despesas com consumo é assim dividido: 35,239%, habitação; 16,659%, alimentação; 18,234%, transporte; 11,207%, despesas pessoais; 9,059%, com saúde; 4 725%, com vestuário; e 4,876%, com educação.
