Dólar sobe para R$ 5,42 e fecha no maior nível desde maio
A cotação da moeda americana operou em alta durante toda a sessão, chegando a ultrapassar R$ 5,45 no início das negociações; a Bolsa de Valores brasileira encerrou em alta de 0,45%
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quinta-feira, 19 de agosto de 2021
A cotação da moeda americana operou em alta durante toda a sessão, chegando a ultrapassar R$ 5,45 no início das negociações; a Bolsa de Valores brasileira encerrou em alta de 0,45%
Das agências
São Paulo - As tensões no mercado financeiro internacional voltaram a dominar as negociações nesta quinta-feira (19), fazendo o dólar ultrapassar a barreira de R$ 5,40 e fechar no nível mais alto desde o início de maio.
O dólar comercial fechou o dia vendido a R$ 5,423, com alta de R$ 0,048 (+0,89%). A cotação operou em alta durante toda a sessão, chegando a ultrapassar R$ 5,45 no início das negociações.
Com a valorização nos últimos dias, a divisa acumula alta de 4,09% apenas em agosto. Em 2021, a alta chega a 4,51%.
Tanto fatores internos como externos têm provocado nervosismo no mercado nos últimos dias. O dólar subiu em todo o planeta pelo segundo dia seguido, após a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) ter indicado que parte dos dirigentes defende o início, ainda este ano, da retirada dos estímulos monetários concedidos durante a pandemia de Covid-19.
Paralelamente, as preocupações com a disseminação da variante delta do novo coronavírus aumentaram as tensões. Os preços das commodities (bens primários com cotação internacional) continuaram a cair, em meio aos receios de atraso na recuperação econômica global.
A Bolsa de Valores brasileira encerrou em alta de 0,45% nesta quinta-feira (19), aos 117.164 pontos, depois de ter testado o patamar dos 115 mil pontos na mínima do dia, acompanhando o recuo dos mercados internacionais. Na semana, o índice ainda acumula perdas de 3,32% e, no ano, de 1,56%.
O movimento foi impulsionado por uma força compradora por parte dos investidores, que aproveitaram para ir às compras depois de diversas ações zerarem os ganhos do ano ou até mesmo retornarem para os níveis de abril e maio do ano passado, momento em que o mercado havia sido impactado pela pandemia do coronavírus.
“Na ponta positiva, o destaque ficou para o setor financeiro, porta de entrada dos investidores estrangeiros na Bolsa, como também para as empresas ligadas ao consumo doméstico em vista da correção da parte longa da curva após a forte sequência de alta. No último dia 17, quando o Ibovespa atingiu pela primeira vez os 116 mil pontos desde abril, o saldo líquido dos estrangeiros na Bolsa foi positivo em R$ 2,05 bilhões, enquanto neste mês as compras superam as vendas em R$ 5,7 bilhões”, afirmou o analista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro.
Os destaques negativos ficaram com as ações do setor de siderurgia e mineração depois de os contratos do minério de ferro despencarem 12% em Singapura, para a menor cotação desde dezembro.
“Essa desvalorização é motivada por expectativas de que a produção e o consumo de aço chinês vão diminuir no resto do ano, em parte devido às medidas para reduzir a poluição. Os preços acumulam baixa de mais de 40% em relação ao recorde alcançado há apenas três meses”, disse Ribeiro.
As ações da Vale terminaram a sessão em queda de 5,71%, a R$ 97,39. Os papéis da Petrobras, que também acompanharam a queda nos preços do petróleo no exterior, recuaram 0,61% (ordinária, com direito a voto) e 0,33% (preferencial, sem direito a voto).
O mercado também segue acompanhando as tensões fiscais e políticas no cenário doméstico.
No exterior, os índices encerraram a sessão com sinais mistos, depois de um dia de volatilidade. Parte da preocupação dos investidores - que tem contaminado as Bolsas ao redor do mundo- é em relação à recuperação econômica da China e dos Estados Unidos.