O dólar fechou na maior cotação em uma semana, acompanhando a valorização da moeda americana no exterior. O noticiário doméstico seguiu fraco e o volume de negócios foi novamente baixo no câmbio, enquanto os investidores aguardam novidades sobre a reforma da Previdência. Lá fora, dados fortes das vendas no varejo dos Estados Unidos ajudaram a fortalecer a divisa americana no mercado financeiro internacional. O dólar à vista terminou cotado perto da máxima do dia, em R$ 3,7709, com alta de 0,39%.

O volume de negócios teve ligeira melhora em relação a ontem, mas seguiu abaixo da média. No mercado futuro, foi de US$ 13,8 bilhões. No mercado à vista, somou US$ 1,1 bilhão. O dólar futuro para agosto fechou em alta de 0,32%, a R$ 3,7730.

"O volume foi surpreendentemente fraco ontem e hoje", destaca o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, ressaltando que as férias aqui e lá fora e a falta de novidades sobre a Previdência desestimulam os negócios. Para ele, aprovada a Previdência, mantida a tendência de queda de juros no exterior e com o governo tomando medidas adicionais para estimular a economia, o dólar pode cair para R$ 3,60.

Pesquisa do Bank of America Merrill Lynch mostra que aumentou o otimismo de investidores internacionais com o Brasil, por conta do avanço da reforma da Previdência nas últimas semanas. A maioria dos investidores (perto de 70%) ouvidos em pesquisa do banco americano entre os dias 5 e 10 de julho espera que o dólar fique na casa dos R$ 3,60 a R$ 3,80 ao final do ano. Ao mesmo tempo, aumentou de 7% para 15% os agentes que veem a moeda caindo abaixo de R$ 3,60.

Para a analista de moedas emergentes do banco alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, apesar da recente euforia com o Brasil, permanece um certo grau de cautela entre os investidores sobre a Previdência, na medida em que o Senado precisa aprovar o texto em duas votações e ainda há outra sessão na Câmara, que deve acontecer no começo de agosto.

Pelo lado positivo, a analista do Commerzbank ressalta que o risco de fracasso da reforma "caiu significativamente" nas últimas semanas, o que provocou valorização importante do real e a moeda foi destaque entre emergentes. Mas este movimento perdeu fôlego e pode continuar assim, pois não se sabe qual o grau de economia fiscal o governo vai conseguir com o texto. A pesquisa do BofA mostra que aumentou a expectativa dos investidores para que o governo consiga aprovar um texto com impacto fiscal de ao menos R$ 900 bilhões em dez anos.