São Paulo - O dólar abriu esta sexta-feira (2) em queda frente ao real, pausando rali recente, enquanto operadores do mundo inteiro trabalhavam em modo de espera antes da divulgação de um importante relatório de emprego norte-americano, que, se apresentar leitura forte, poderia alimentar as apostas na manutenção de postura de política monetária agressiva por parte do Federal Reserve.

Imagem ilustrativa da imagem Dólar abre em queda enquanto mercado espera dados dos EUA
| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Às 9h07 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,29%, a R$ 5,2233 na venda, depois de na véspera ter fechado em alta de 0,73%, a 5,2386 reais, maior valor desde 3 de agosto (5,2781).

Na B3, às 9h07 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,40%, a R$ 5,2590.

Nesta quinta-feira (1º), investidores intensificaram a corrida por ativos ligados ao dólar e levaram a moeda americana a renovar a maior alta mundial em duas décadas. Preocupações com ameaças ao crescimento das principais economias do planeta estimularam a busca pela segurança dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

O índice DXY, que compara o dólar às principais moedas, avançou ao maior patamar para um fechamento diário desde 2002.

A taxa de câmbio brasileira subiu 0,71%, com o dólar comercial cotado a R$ 5,2380. Na variação máxima do dia, chegou aos R$ 5,2580.

Entre as moedas fortes que tombaram em relação ao dólar nesta quinta, a libra esterlina atingiu a menor cotação desde 1985. No mercado de câmbio brasileiro, a libra caiu 0,47%, cotada a R$ 6,0021.

Desde a semana passada reverbera nos mercados a fala do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) durante o simpósio de banqueiros centrais em Jackson Hole.

Jerome Powell afirmou que os americanos estão caminhando para um período doloroso de crescimento econômico lento e possivelmente aumento do desemprego.

Essa expectativa de baixo crescimento se deve à intenção do Fed de manter a política de elevação agressiva da sua taxa de juros. Os Estados Unidos buscam restringir o crédito para frear a maior inflação no país em quatro décadas.

Situação semelhante ocorre na Europa, onde o Banco Central Europeu também iniciou um processo de elevação de juros para conter a inflação.

A Europa ainda enfrenta a ameaça de ficar sem o abastecimento do gás da Rússia durante o inverno.

Na China, a economia também dá sinais de desaceleração enquanto Pequim segue paralisando atividades para combater o avanço da Covid, contribuindo para uma forte queda do petróleo.

Bolsa supera o exterior com PIB acima do esperado Após uma abertura em queda, a Bolsa de Valores brasileira conseguiu se afastar no fim do dia do cenário majoritariamente negativo no exterior. O Ibovespa subiu 0,81% nesta quarta, aos 110.405 pontos.

Em meio às expectativas de baixo crescimento global, o Brasil ganhou destaque conforme investidores passaram a digerir ao longo do dia dados melhores do que o esperado sobre a atividade econômica doméstica no segundo trimestre. O PIB do Brasil registrou crescimento de 1,2% em relação ao primeiro trimestre.

Em Nova York, o indicador parâmetro S&P 500 subiu 0,30%, depois de ter passado todo o dia no negativo. Já o índice Nasdaq, que acompanha empresas mais dependentes do crédito barato para crescer, caiu 0,26%.

Na Europa, Londres, Paris e Frankfurt tombaram 1,86%, 1,48% e 1,60%, nessa ordem.

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