A mobilização de caminhoneiros iniciada na última terça-feira (2), em Londrina, dá sinais de enfraquecimento. Nesta quarta (3), os profissionais se concentraram nas proximidades do Auto Posto Cupimzão, na PR-445, mas em número bem menor do que no dia anterior.

Desde o início da manhã, os caminhoneiros que aderiram ao movimento estacionaram seus veículos em uma das pistas da rodovia, liberando apenas uma faixa para a passagem de veículos em um trecho de cerca de dois quilômetros, nos dois sentidos. Eles protestam contra as constantes altas nos preços dos combustíveis, que só neste ano já foram reajustados cinco vezes. A indignação conta com a adesão também de motoristas de aplicativos.

“A gente vai ficar aqui para pressionar o governo a baixar o preço do combustível. A gente não consegue mais arcar com tantos gastos para trabalhar e o nosso lucro está cada vez menor. Tudo sobe de preço e a gente só tem aumento de gastos. O governo precisa dar uma atenção para a gente porque se a gente parar de vez, o País para”, comentou o caminhoneiro João César Timóteo.

Um motorista de aplicativo que preferiu não se identificar disse que o movimento deve continuar até que suas reivindicações sejam atendidas. No caso deles, o reajuste das taxas pagas pelos aplicativos. “Nunca reajustaram essas taxas e a gasolina sobe a toda hora. A gente está começando a paralisação, vamos passar o dia aqui e, se não tivermos uma resposta, vai aumentar a mobilização.”

Receosos de que a mobilização dos caminhoneiros cresça e haja o desabastecimento de produtos essenciais, como aconteceu na greve nacional da categoria, em 2018, muitos consumidores correram até os postos de combustíveis para encher o tanque. Gerente de pista de um posto de combustível na zona norte, Cosme Severino Santana viu o movimento crescer 30% nos últimos dois dias. Na terça-feira, relatou ele, a fila de clientes se manteve até o horário do fechamento, às 22 horas. “Os caminhoneiros estão ameaçando entrar em greve e o pessoal já veio, com medo de faltar combustível.”

O oficial de pedreiro Sidnei Vieira da Costa aproveitou para completar o tanque. “Tenho uma pessoa cadeirante em casa e não dá para pensar em ficar sem combustível”, disse, lamentando os constantes reajustes. “Está muito caro e é uma coisa que a gente não pode deixar de comprar. Não parei ainda para fazer as contas de quanto pesou no meu orçamento esses reajustes, mas pesa muito.”

Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, até o início da tarde desta quarta-feira não havia registros de protestos semelhantes em outros pontos do Estado. Em Londrina, policiais rodoviários e policiais militares acompanharam o movimento para garantir a segurança dos manifestantes e demais cidadãos. Nenhum incidente havia ocorrido.