Os londrinenses planejam gastar, em média, R$ 191,53 com a compra do presente do Dia das Crianças, mas neste ano, as lojas virtuais devem ficar com a maior parcela do total das vendas. É o que aponta a pesquisa feita pelo Grupo Datacenso a pedido da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná). Segundo o estudo, 54% dos consumidores pretendem fazer suas compras pela internet enquanto os shoppings e o comércio de rua têm 25% e 19% da preferência dos consumidores, respectivamente.

A pesquisa mostrou que antes de comprar os presentes, o ambiente virtual também é o mais acessado pelos londrinenses na hora de pesquisar os preços. Essa é a forma utilizada por 79% dos londrinenses enquanto 21% comparam os preços entre as lojas físicas. Outros 14% também pesquisam os valores nas lojas físicas, mas por meio das redes sociais, como WhatsApp ou Instagram.

Estudos sobre expectativa de vendas em datas comemorativas anteriores feitos pela própria Faciap já apontavam crescimento do comércio on-line. Essa tendência, somada ao fato de o feriado de 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, cair em um sábado, deve fazer muitas vendas migrarem para o comércio eletrônico ou shopping centers. Entre os londrinenses ouvidos na pesquisa, 48% disseram deixar as compras dos presentes para a última hora contra 52% dos que se antecipam.

"Sábado é um dia muito forte para o comércio de rua e o feriado prejudica bastante as vendas", disse o presidente da Faciap, Fernando Moraes, lembrando que em novembro haverá ainda outros três feriados, sendo um no sábado, Dia de Finados (2), e outro na sexta-feira, dia 15, da Proclamação da República. Em 2024, pela primeira vez, será comemorado também, nacionalmente, o Dia da Consciência Negra e Dia Nacional de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro. "Feriados na sexta e no sábado são bem ruins."

No feriado de 12 de outubro, supermercados e shopping centers irão funcionar normalmente em Londrina e um acordo entre os sindicatos patronal e trabalhista permite a abertura das lojas de rua, mas desde que cada comerciante homologue a decisão junto aos sindicatos, assumindo o compromisso de cumprir todas as obrigações trabalhistas, como pagamento de horas extras, vale-alimentação de R$ 25, além de R$ 150 por funcionário e compensação do dia trabalhado com folga posterior. "Tem muito varejista confundindo porque tem a lei que flexibiliza o horário do comércio das 8 às 21 horas, mas esta lei não vale para feriados. Quem quiser abrir no dia 12, precisa assinar um acordo específico com o Sincoval", destacou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Londrina, Ovhanes Gava.

"Aumentam muito os custos para os lojistas", disse o presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Angelo Pamplona. Uma alternativa à abertura das lojas no feriado seria a extensão do horário de funcionamento do comércio nesta quinta (10) e sexta-feira (11), até as 21 horas.

TICKET MÉDIO

O ticket médio calculado entre os londrinenses, de R$ 191,53, ficou levemente acima do valor médio no Estado, de R$ 186,11. A pesquisa ouviu 600 consumidores, distribuídos pelos municípios de Londrina, Curitiba, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Guarapuava e Francisco Beltrão.

Sobre os motivos que orientam a escolha do presente, 36% observam os interesses e hobbies, 30% atendem aos pedidos das crianças, 25% consideram o preço e outros 25%, as necessidades ou desejos.

Entre os itens mais procurados pelos londrinenses que irão presentear crianças neste dia 12, os brinquedos lideram, com 84%, seguidos por roupas (36%), livros (25%), artigos esportivos (15%), calçados (13%) e eletrônicos (13%). No Paraná, a lista de preferências é um pouco diferente. Os brinquedos e as roupas lideram, com 68% e 31%, respectivamente, mas em terceiro lugar estão os calçados (31%), seguidos pelos eletrônicos (15%). Artigos esportivos e livros aparecem na quinta e sexta colocações, ambos com 13%.

As compras a prazo com cartão de crédito foram a principal forma de pagamento, apontada por 40% dos londrinenses. Logo em seguida, vêm as compras à vista com cartão de débito (33%) e Pix (13%).

Sondagem da Fecomércio mostra força no comércio de rua

Na sondagem realizada pela Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná) e pelo Sebrae/PR sobre a expectativa de vendas para o Dia das Crianças, as lojas de rua lideram a preferência dos consumidores ouvidos, com 41,3% das menções dos consumidores, sendo 28,5% para as lojas de bairro e 12,8% para as lojas do centro das cidades. O comparativo com o ano passado mostra uma queda de mais de cinco pontos percentuais para as lojas do centro e alta de dez pontos percentuais para as lojas dos bairros,

Embora o estudo revele as compras on-line como a segunda opção entre os consumidores, houve aumento de quatro pontos percentuais neste ano ante 2023, passando de 29,8% para 33,9%. As compras nos shopping centers também cresceram, saltando de 26,5% em 2023 para 32,2% neste ano.

Quando questionados sobre a intenção de presentear, 65,2% dos paranaenses disseram que irão comprar presentes, uma pequena redução entre o percentual observado na pesquisa referente ao Dia das Crianças do ano passado, quando o resultado foi de 66,9%. Em média, cada comprador deve presentear entre duas e três crianças.

Entre 33,7% dos que não vão comprar presentes, 58,9% disseram não ter crianças para presentear e 24% afirmaram estar em dificuldades econômicas, aumento de 14,8% sobre 2023. No entanto, o tíquete médio apontado pela sondagem da Fecomércio PR subiu 6,6% e deve ser de R$ 154,38.

O coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt, enfatizou que o Dia das Crianças é considerado a terceira data comemorativa mais importante para o varejo, em volume de vendas, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). “É positivo observarmos que o valor médio dos presentes aumentou em 6,6% neste ano, mostrando que, mesmo em tempos de desafios econômicos, os paranaenses estão dispostos a investir mais nas comemorações do Dia das Crianças. Esse aumento reflete também a valorização da qualidade dos produtos, especialmente dos brinquedos, uma vez que esses itens receberam mais de 75% das intenções de compra.”(Reportagem Local)