SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Moradores das zonas leste e norte da capital paulista já enfrentam filas e dificuldades para encontrar gás de botijão nas distribuidoras.

Em São Mateus (zona leste), a fila com idosos e crianças dava volta na esquina e consumidores se aglomeravam na calçada na manhã desta quarta-feira (25). O caminhão que abastece o local havia acabado de estacionar e não houve tempo nem para descarregar os botijões. Com o portão fechado, os funcionários da distribuidora iniciaram as vendas.

Na fila, era unânime a reclamação sobre a falta do gás nas distribuidoras da região. Segundo os moradores, nem os carros que entregam em casa os atenderam.

A dona de casa Domingas Mendes, 59 anos, do Jardim Vila Carrão (zona leste), relata que, desde terça (24), esteve em três distribuidoras e não encontrou nada. "Eu e minha nora ficamos sabendo que ia chegar aqui e viemos correndo."

Outro impasse vivido pelos moradores é o receio de contrair o novo coronavírus. "Provavelmente, isso deve estar ocorrendo porque tudo parou, mas, agora, temos que ficar aqui aglomerados na fila. Eu já havia passado aqui algumas vezes para ver se havia chegado. Agora, vou tentar pegar o botijão", afirma o autônomo Sandro Dias, 43 anos, do Jardim Vera Cruz (zona leste).

O operador Tiago de Souza, 35 anos, do Jardim Santo André (zona leste), estava com dois botijões vazios, um dele e outro do sogro. "Desde ontem, fomos em três distribuidoras e resolvemos tentar aqui novamente."

Na zona norte, o aposentado Marco Dorival Marcos, 53 anos, do Tucuruvi , afirma que, desde terça, percorreu seis bairros da região e esteve em 15 postos de distribuição. "Em todos havia a mesma mensagem na porta fechada: 'não temos gás'. "Em cada lugar a que fui havia mais duas, três pessoas procurando também o gás." Ele conta que procurou o produto nos bairros Vila Guilherme, Tucuruvi, Vila Medeiros, Tremembé, Vila Gustado e Guapira.

Marcos diz que entrou no aplicativo de gás e, mesmo com preço maior do que paga, não conseguiu nada. "Pagamos R$ 69. No aplicativo sairia entre R$ 90 e R$ 100, mas nem assim conseguimos. Minha esposa ligou para vários lugares e todos disseram que não há previsão de reabastecimento, de entrega nem para retirarmos no local. A única cidade que nos indicaram foi Mairiporã (Grande SP), mas temos receio de ir até lá e não ter também."

O aposentado diz que a família está sem gás para cozinhar. "Espero que normalize e não subam o valor, pois não tínhamos botijão reserva. Com certeza outras famílias que estão mais em casa deverão passar pelo mesmo."