Prestes a completar dois anos de aprovação, a Reforma Trabalhista permitiu a formalização de contratos de trabalhos mais flexíveis, e adequados às atividades mercantis atuais, contudo os agentes que atuam como mediadores na relação de emprego entre empresa e empregado foram prejudicados, em virtude do fim da contribuição sindical.

O fato é que colocaram todos os sindicatos no mesmo pacote como se fossem iguais, extinguiram a contribuição sindical, mas não acabaram, por exemplo, com a convenção coletiva de trabalho, e a Constituição prevê que os sindicatos negociem essa convenção. Para isso, os sindicatos precisam executar estudos, disponibilizar pessoas, realizar inúmeras reuniões e debates para se chegar num acordo que seja viável para ambas as partes. Esse processo gera custos e quem arca são os sindicatos, enquanto os beneficiados do acordo agora não precisam desembolsar nada para usufruir do benefício. Ou seja, a cobrança em relação aos sindicatos é a mesma, mas os recursos diminuíram.

“Realmente precisávamos de uma reforma trabalhista, mas não da forma como foi feita, sem diálogo. Havia um equilíbrio que foi rompido com o fim da contribuição sindical. Os trabalhadores e patrões precisam dos serviços sindicais para diversas questões do dia a dia empresarial, bem como para manter uma relação harmônica que seja viável para ambas as partes”, explica o presidente do Sescap-LDR, Marcelo Odetto Esquiante.

Sem dúvida, muitos sindicatos e federações fecharam as portas, os que continuam estão se reinventando, para manter exercendo o papel de defender os interesses da classe a qual representam e prestando serviços. Até quando vão conseguir é uma incógnita.

“Seguimos empenhados promovendo medidas alternativas destinadas à própria subvenção. De forma a preservar a capacidade de mobilização assessoramento, o Sincoval, por exemplo, trouxe para sua sede a agência regional da Junta Comercial do Paraná, oferecendo serviços a toda população e ao empresário em geral”, comenta o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Londrina, Ovhanes Gava.

O presidente do Sinduscon, Rodrigo Zacaria ressalta que o trabalho do sindicato é em benefício de um todo. “Estamos presentes nas discussões importantes para a cidade, enfrentando obstáculos burocráticos e os atrasos ideológicos que travam o crescimento e a livre iniciativa”.

E quando se fala em geração de empregos extremamente propagado pelo governo durante a aprovação da Reforma é importante observar os números. Em 2018, foram gerados 529,5 mil empregos formais no país; porém ainda é insuficiente, já que nos anos que antecederam a Reforma Trabalhista foram perdidos 1,5 milhão de empregos em 2015 e mais 1,3 milhão em 2016. Nota- se que muito ainda precisa ser feito.

“Vivemos numa sociedade que luta, gasta esforços e recursos para conseguir melhorias, e quando conseguem lutam para destruí-las. Com as conquistas para empregados e empregadores não é diferente. Até quando vamos perder com falta de planejamento, esse faz e desfaz sem fim?”, questiona Esquiante.

Fonte: Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr).