Não bastassem as graves questões financeiras e administrativas que a Sercomtel já enfrentava antes da pandemia da Covid-19, novos desafios surgem para a companhia. Com o valor dos impactos econômicos ainda desconhecidos para todos os setores, a companhia busca proteger seu caixa. “Há 20 dias, tomamos medidas que foram possibilitadas como negociação e adiamento de tributos e taxas. Buscamos as negociações que foram possibilitadas pelos governos. Ainda não há certezas sobre o tempo que irá durar a crise, precisamos criar medidas de proteção”, afirma Cláudio Tedeschi, presidente da Sercomtel.

Imagem ilustrativa da imagem Desafios da Sercomtel crescem com a pandemia da Covid-19

O primeiro efeito sentido foi o aumento considerável na inadimplência. Apesar de o número não estar fechado, um levantamento superficial apontado por Tedeschi aponta que o não pagamento das contas dobrou. Além das medidas emergenciais, a empresa continua ajustando os trabalhos para o próximo leilão que pretende capitalizar a empresa no mercado. “Estamos trabalhando com empresas para buscar um valor de mercado competitivo, mas o cenário está indeterminado, até porque, no meio da crise, o investidor se retrai”, opina o presidente da Sercomtel.

No primeiro leilão em que as ações da empresa foram ofertadas, em janeiro, o valor mensurado foi através do patrimônio líquido. A avaliação foi que o pedido estava fora da realidade do mercado. “Estamos buscando essa nova análise, que já está em trâmite. Trabalhamos com a ideia de que o próximo leilão será feito entre o fim de julho e o início de agosto”, explica. Pelas regras do primeiro edital, as ações ordinárias poderiam ser vendidas num valor mínimo de R$ 130 milhões e que deveriam obrigatoriamente adquirir dez ações ordinárias do Município, para exercer o direito de preferência.

Mesmo diante da possibilidade do leilão, a empresa segue em curso com o chamado plano B. A medida é para garantir que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) não casse a concessão dos serviços e deixe 430 mil usuários sem serviços. O plano é uma reestruturação da empresa para manter a viabilidade operacional e buscar um caminho para que a companhia volte a ser superavitária. “Já que não há crédito na praça, nossa principal acionista, a Prefeitura de Londrina, foi buscar recursos do Fomento Paraná. São R$ 30 milhões, que precisam ser autorizados pela Câmara, que serão usados somente se o leilão não der certo. Mas a empresa, corrigindo os rumos, irá devolver os valores ao município”, conclui Tedeschi.