A demanda global por transporte aéreo de carga, medida em quilômetros por toneladas (FTKs, na sigla em inglês), voltou a recuar em setembro, conforme levantamento da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). Em relação a igual mês de 2018, houve queda de 4,5%. Esta é a 11ª baixa consecutiva nessa base de comparação, a sequência mais longa de contração desde a crise financeira de 2008.

Segundo a entidade, o fraco desempenho do fluxo aéreo de cargas no ano reflete principalmente a disputa comercial entre EUA e China e seus impactos sobre a economia mundial.

"A pausa na escalada tarifária entre Washington e Pequim em outubro é uma boa notícia. Mas trilhões de dólares em comércio já foram afetados, o que potencializou a queda de 4,5% da demanda de carga em setembro. E podemos esperar que esse ambiente difícil para os negócios de carga aérea permaneça", escreve o diretor geral e CEO da Iata, Alexandre de Juniac.

Já a oferta mundial no segmento, medida em toneladas-quilômetro disponíveis (AFTKs na sigla em inglês), cresceu 2,1% em setembro no comparativo anual. Com isso, o aumento de capacidade superou a demanda pelo 17º mês consecutivo.

Na abertura por regiões, as aéreas da Ásia-Pacífico, Europa, América do Norte e Oriente Médio mostraram as maiores contrações da demanda por carga em setembro.

Na América Latina, a queda do indicador foi mais moderada, de 0,2% na comparação com igual mês de 2018. "Apesar dos indícios de recuperação econômica no Brasil, a deterioração das condições em outras partes da região, aliado à desaceleração do comércio global, impactaram o desempenho da América Latina", afirma a entidade.