O pagamento do décimo terceiro salário aos trabalhadores brasileiros deve injetar R$ 208 bilhões na economia brasileiro neste ano. Em valores reais, o montante é 5,4% inferior ao registrado em 2019, de acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada nesta quinta-feira (29).

Imagem ilustrativa da imagem Décimo terceiro deverá injetar R$ 208 bi na economia
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A queda de 5,4% é a maior retração anual desde o início do acompanhamento realizado pela CNC, em 2012. Um dos motivos para a queda é a Medida Provisória (MP) 936 deste ano, que autorizou a redução do salário proporcional à jornada e a suspensão temporária do contrato de trabalho, com a justificativa de preservar empregos em meio à pandemia da Covid-19.

A CNC cita dados do Ministério da Economia que mostram que, entre abril e agosto foram firmados 16,1 milhões de acordos entre patrões e empregados no âmbito da MP 936, sendo 7,2 milhões de suspensão do contrato de trabalho 3,5 milhões de redução de 70% da jornada.

Segundo a CNC, o vencimento médio pago em 2020 (R$ 2.192,71) terá um recuo de 6,6% em comparação ao valor de 2019 (R$ 2.347,55). O presidente da CNC, José Roberto Tadros, atribui a queda do montante do décimo terceiro ao recuo expressivo da atividade econômica e do avanço da informalidade.

Embora tenha havido redução na jornada de trabalho e nos salários e perda de postos de trabalho com a pandemia, o impacto no décimo terceiro em Londrina deverá ser menor, afirma o economista Marcos Rambalducci. O motivo é o fato de, principalmente a indústria, ter se recomposto rapidamente e recuperado as vagas de emprego na cidade. "Quando se olha o resultado do Caged e indústrias puxando empregos, a sinalização é que as coisas podem ser menos ruins do que se está apregoando."

Além disso, o economista lembra que a primeira parcela do décimo terceiro de aposentados e de quem tira férias já foi gasta lá atrás. "É uma fração do décimo terceiro que seria injetado em dezembro. Isso vem tirar um pouco esse peso negativo da retirada de dinheiro do comércio, que vai ter peso, mas talvez não seja tão agressivo quanto se pensa." (Com Agência Brasil)

Londrina tem saldo positivo de 903 postos de trabalho

Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que Londrina fechou o mês de setembro com saldo positivo de 903 vagas - resultado de 5.767 admissões e 4.864 desligamentos - consolidando a tendência de reversão percebida a partir de julho. Os dados foram avaliados pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Campus Londrina

O saldo de Londrina é o maior da RMLo (Região Metropolitana de Londrina), e representa um crescimento de 0,63% em relação ao mês anterior. O resultado positivo foi puxado pelo comércio (366), indústria (336) e construção civil (239). Apenas o setor de serviços teve perda de 45 postos de trabalho.

No ano, Londrina ainda acumula um saldo negativo de 3.328 postos de trabalho, com queda de 2,25% em relação ao início do ano. A expectativa, no entanto, era que a cidade terminasse o ano com saldo negativo de 10 mil empregos, observa o economista Marcos Rambalducci, coordenador do estudo. "Estamos vendo uma recuperação significativa a ponto de que, se repetir o incremento, chegaremos em dezembro com saldo empatado, algo inimaginável em meio à pandemia."