Londrina caiu da 23ª colocação em 2017 para a 25ª no Ranking Connected Smart Cities 2018, principal estudo anual sobre cidades inteligentes do Brasil, divulgado na terça-feira (4) pela Urban Systems, em parceria com a Sator. O levantamento feito em cerca de 700 municípios aponta quais têm o maior potencial de desenvolvimento, por meio de indicadores que vão de saúde até tecnologia e inovação.

Curitiba assumiu a liderança no ranking, ao ultrapassar São Paulo na comparação com a edição de 2017. Outros representantes do Paraná que conseguiram um lugar entre os cem primeiros são Maringá, que também recuou da 19ª para a 20ª colocação, Cascavel (de 53ª para 45ª), Pato Branco (de 64ª para 66ª) e Umuarama ( de 77ª para 67ª).

Entre as cidades que ultrapassaram Londrina, o destaque fica para Fortaleza, que foi de 29ª para 22ª) e Balneário Camboriú (de 62ª para 22ª). Esses municípios obtiveram avanços significativos que servem de modelo em um ou mais dos 11 indicadores analisados, que são mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, economia, educação, saúde, segurança, empreendedorismo e governança.

Londrina, por sua vez, deu um salto da 48ª colocação para a 24ª em saúde, além de avançar em tecnologia e inovação (28ª para 25ª) e em economia (50ª para 41ª). Por outro lado, teve um recuo grande em urbanismo, ao cair da 34ª para a 49ª colocação. O estudo disponibilizado à imprensa traz somente os 50 primeiros na divisão por indicador, e a cidade ficou abaixo em cinco quesitos (veja mais no infográfico).

Presidente da Urban Systems e sócio da Plataforma Connected Smart Cities, Thomaz Assumpção afirma que o estudo mostra a importância de um planejamento estratégico para as cidades e a sinergia entre investimentos e resultados. "A educação, por exemplo, que muitas vezes é vista como um eixo básico, tem uma grande importância no desenvolvimento do empreendedorismo e na busca da sustentabilidade econômica das cidades", exemplifica.

Imagem ilustrativa da imagem Curitiba lidera e Londrina cai a 25ª entre cidades inteligentes



MECANISMOS PARA DESENVOLVIMENTO
Para o presidente do APL (Arranjo Produtivo Local) de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) de Londrina e da Sercomtel Participações, Roberto Nishimura, os agentes públicos e privados do município estão focados em criar mecanismos para facilitar o desenvolvimento regional. Ele cita que smart cities foram o tema do Fórum Desenvolve Londrina de 2017, que apontou caminhos que começaram a ser trilhados neste ano. "Se partirmos da ideia de que qualquer medida para melhorar a vida da população torna a cidade mais inteligente, entendemos como funciona. Por exemplo, a poda das árvores facilita a iluminação à noite, reduz acidentes de trânsito e dá maior segurança à população", diz.

Nishimura cita como novidade nos próximos meses a substituição de 10 mil pontos de iluminação pública da cidade por lâmpadas de LED. "Assim, essas lâmpadas poderão ser gerenciadas e isso também permitirá consumir menos energia", diz.

O gerente da regional de Londrina do Sebrae, Fabrício Bianchi, complementa que vários atores têm buscado fazer a cidade crescer, ao citar as reuniões semanais do próprio APL de TIC, há 12 anos, para apontar soluções. Ele afirma que a região tem 2,2 mil empresas de tecnologia e inovação, a única unidade do Instituto Senai de Tecnologia do Estado, o único escritório da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) do Sul, além de acolher empresas como a Atos e a Tata nos últimos anos. "Embora o estudo seja dos mais completos, nem sempre aparecem esses indicadores secundários. Pouquíssimas cidades tem isso na prática", diz. "Tanto que a governança em Londrina é altíssima, mas identificar a formalização disso é mais difícil. Mas o capital social aqui é grande e ainda vamos colher muitos frutos."