Um dos focos da mudança na estrutura comercial da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), anunciada ontem pela direção da empresa, é a unidade de construção civil e linha branca da empresa em Araucária (Região Metropolitana de Curitiba). A Cisa é uma beneficiadora de aço da CSN e sua unidade comercial tem como meta a partir de 2002 o aumento da participação do produto pela construção civil.
A CSN investiu US$ 250 milhões na Cisa. O início da produção está previsto para meados do próximo ano. Pelas expectativas do diretor-executivo comercial, Vasco Dias Júnior, a Cisa produzirá 550 mil toneladas/ano de aço. Serão 100 mil toneladas de pré-pintado. Outras 220 mil toneladas de decapados e 230 mil toneladas de galvalume. Os últimos dois produtos são derivados do aço galvanizado. Atualmente, o mercado brasileiro importa todo o galvalume consumido. A principal vantagem desse produto é sua maior resistência à corrosão.
‘‘Nosso desafio é aumentar o consumo de aço no Brasil, que ainda é muito baixo’’, diz Francisco José Lima, que é diretor da Unidade de Mercado de Construção Civil da CSN e responsável pela implantação da Cisa em Araucária. Segundo Lima, o potencial de crescimento do aço na construção civil é muito grande. Atualmente, o consumo de galvanizados no País é equivalente a 0,3 kg/habitante/ano. No México esse consumo está em 3 kg/habitante/ano. Nos Estados Unidos são 18 kg/habitante/ano e na Austrália 22 kg/habitante/ano.
‘‘Existe uma barreira cultural no Brasil contra o uso do aço em domicílios, por exemplo, mas vamos desmistificar alguns equívocos’’, diz Lima. Menos de 1% das casas brasileiras tem cobertura de aço. ‘‘Hoje as telhas de aço oferecem o isolamento térmico com o mesmo conforto que outros produtos.’’ Outros mercados potenciais para o aço são a construção pesada e equipamentos viários como pontes e viadutos.
A possível proibição de uso de telhas de amianto favorece o projeto da CSN.