Agência Folha
De Brasília
As linhas de financiamento oficiais às exportações deverão ser expandidas neste ano como meio de colaborar com o aumento esperado de 15% nos embarques, em relação a 1999, conforme previsões do Ministério do Planejamento. A expansão dos recursos para essas linhas, entretanto, ainda segue a cartilha do ajuste fiscal. De um lado, haverá grandes reforços em linhas operadas pelo Banco do Brasil e pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Mas o orçamento do Proex (Programa de Financiamento às Exportações), um dos principais instrumentos de estímulo aos embarques de produtos com maior valor agregado, deverá praticamente ser mantido igual ao do ano passado. Segundo Rubens Amaral, superintendente-executivo da área internacional do BB, as linhas de ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), de ACE (Adiantamento sobre Cambiais Entregues) e de operações à vista deverão voltar aos níveis de 1998.
No ano passado, o Banco do Brasil fechou contratos que somaram US$ 8,4 bilhões em exportações e responderam por 18% das operações realizadas pelo mercado bancário. Em 2000, deverão passar para cerca de US$ 9 bilhões e a participação do banco deverá subir para 20%.
Os ACCs são adiantamentos dos recursos, em reais, da ‘‘venda’’ do produto no exterior que garantem o financiamento do processo de produção. Os ACEs financiam a entrega do produto ao importador e são necessários toda vez que o exportador vender seu produto a prazo.
Segundo Amaral, o aumento de US$ 600 milhões nessas linhas é resultado de um cálculo conservador, realizado em novembro de 1999, e deverá passar por revisão nas próximas semanas. Seus pressupostos foram a previsão de crescimento de apenas 6% nas exportações deste ano, em relação a 1999, e a meta de superávit na balança comercial de US$ 2 bilhões em 2000 – cifra bem abaixo da estimativa de saldo positivo de US$ 5 bilhões mantida pelos ministérios do Planejamento e do Desenvolvimento.Governo promete ampliar linhas de financiamento para estimular as exportações. Mas programa segue a cartilha do ajuste fiscal
Arquivo FolhaSALDO MODESTOMeta de superávit na balança comercial de apenas US$ 2 bilhões em 2000 deve resultar em programas de estímulo