Copel tem maior lucro da história
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terça-feira, 13 de março de 2001
Carmem MuraraDe Curitiba
A Copel fechou o ano de 2000 com lucro líquido de R$ 430,6 milhões, o maior de toda sua história. O resultado ficou cerca de 40% acima do que foi obtido em 1999, quando o lucro da empresa foi de R$ 277,2 milhões. Os números do balanço da empresa foram encaminhados ontem para a Comissão de Valores Mobiliários e seriam publicados hoje.
O aumento no lucro se dá por vários motivos, entre eles o crescimento de mercado em torno de 12,2%, o dobro em relação à média nacional. Outro fator foi o reajuste de 15,4% na tarifa de energia, a partir de julho do ano passado. Esse item fez com que o desempenho da empresa fosse maior no segundo semestre. De outubro a dezembro, o lucro da Copel foi de R$ 141,9 milhões.
Mas o que mais reflete a diferença no lucro entre 99 e 2000 tem origem na macroeconomia. A desvalorização do real, ocorrida em janeiro de 99, obrigou as companhias a comprar energia de Itaipu por quase o dobro do preço. Por ser binacional, Itaipu vende o produto em dólar. Naquele ano, boa parte do setor elétrico nacional fechou no vermelho. A Copel viu sua lucratividade cair quase pela metade. Prova disso é que o lucro de 98 foi de R$ 403 milhões, ou seja, mais próximo da realidade que vinha sendo obtida pela companhia.
O resultado de janeiro a dezembro equivale a um lucro de R$ 1,5735 por lote de mil ações, atingindo 32,8% de margem operacional. Esse resultado reflete diretamente entre os acionistas que têm ações negociadas na Bolsa de Nova York. As receitas líquidas da companhia atingiram R$ 2,02 milhões contra R$ 1,61 milhão em 99. O aumento de 25,4% reflete o reajuste tarifário.
O desempenho da Copel também melhorou por causa da conquista de novos consumidores livres, que são empresas e indústrias de outros Estados. Entre elas, a OPP Polietilenos do Rio Grande do Sul. Ela compra energia da Tradener, empresa especializada em comercializar no Mercado Atacadista de Energia (MAE).
O balanço da Copel mostra ainda que as despesas operacionais cresceram 11,4% sobre 99. O custo com pessoal também teve aumento de 4,7%. Isso foi reflexo do plano de previdência privada para os 6.148 empregados. As demissões ao longo do ano foram de 388 pessoas. Em dezembro, a Copel contava com 2,83 milhões de ligações no Estado, o que dá aumento de 3% sobre 99.
