Curitiba - A Companhia Paranaense de Energia (Copel) vai investir este ano R$ 250 milhões em instalação de novas linhas de transmissão e subestações para evitar o risco de apagão no Paraná, como está ocorrendo em outras regiões do País. Esses investimentos somam-se a outros R$ 150 milhões investidos no ano passado, o que soma um total de R$ 400 milhões em investimentos em transmissão.
A iniciativa visa reduzir o risco de apagão no Estado, que ainda existe por falta de manutenção no governo anterior.''A empresa foi preparada para ser vendida e por isso os cuidados com manutenção foram deixados de lado'', disse ontem o administrador e economista Rubens Ghilardi, que ocupava o posto de diretor de distribuição da estatal. Ele assume a presidência da Copel no próximo dia 1º, em substituição ao empresário Paulo Pimentel, que deixa a empresa após dois anos sob seu comando.
Outro objetivo da Copel, segundo Ghilardi é recuperar os grandes clientes perdidos para a iniciativa privada nos últimos dois anos, quando começou a vigorar o mercado livre. Na opinião do executivo, esse retorno será natural por causa do novo sistema de comercialização de energia, que instituiu o ''pool''. As empresas concorrentes não vão conseguir manter os mesmos preços nos próximos contratos porque a energia comprada no leilão, que será ofertada, foi mais cara.
Além disso, os clientes têm a opção de voltar a integrar o mercado cativo da concessionária que pode oferecer mais vantagens como a qualidade nos serviços. ''A empresa é preparada para atender seu cliente até onde está instalado o medidor, não importa o local, serviço que muitas usinas da iniciativa privada não prestam'', alegou.
Sobre a participação da Copel no leilão de energia nova, que está sendo preparado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ghilardi disse que somente a energia da termelétrica UEG Araucária não foi vendida no primeiro leilão. Portanto, essa energia poderia ser negociada. A Copel deu autorização para a Petrobras e El Paso, sócias no empreendimento, para participar do leilão, ''desde que isso não prejudique o processo judicial em curso''. Segundo o diretor, a energia da termelétrica não foi vendida no primeiro leilão em função dos problemas técnicas de geração que a empresa ainda atravessa.
Ghilardi frisou que vai dar continuidade à política da empresa, iniciada por Pimentel, que é o atendimento ao consumidor''. Segundo ele, a Copel continua a reestruturação das agências de atendimento ao consumidor, que entraram no processo de desmonte no governo passado. Já foram reinstaladas 79 agências nos últimos dois anos. Ghilardi também falou da sua preocupação em reorganizar a estrutura de funcionários, que no governo anterior caiu de 9 mil para 5 mil empregados.''A Copel ficou sem condições de fazer o atendimento ao consumidor, até por falta de eletricistas e operadores'', explicou.