A 37ª edição da Feira e Convenção Parananense de Supermercados foi aberta nesta terça-feira (10) e segue até quinta (12), em Pinhais (PR)
A 37ª edição da Feira e Convenção Parananense de Supermercados foi aberta nesta terça-feira (10) e segue até quinta (12), em Pinhais (PR) | Foto: Divulgação



Diretamente impactado pela conjuntura política econômica do País, o setor supermercadista brasileiro vem de um 2017 com 1% de aumento nas vendas e projeta 3% de incremento para 2018, em função dos fatores Copa do Mundo e melhora no consumo das famílias. Esse é o cenário que a Abras (Associação Brasileira dos Supermercados) e a Apras (Associação Paranaense de Supermercados) projetam e que deve contribuir para os números da 37ª edição da Mercosuper – Feira e Convenção Parananense de Supermercados – que foi aberta nesta terça-feira (10) e segue até quinta (12), no pavilhão da Expotrade, em Pinhais.

O presidente da Apras, Pedro Joanir Zonta, não perdeu a oportunidade de observar todo o processo que culminou na prisão do ex-presidente Lula. "Creio que o supremo mobilizou uma torcida mais intensa do que Copa do Mundo. E se a decisão fosse diferente iríamos mergulhar em processo gradativo de convulsão social", afirmou. Para Zonta, o País ganhou pontos no caminho de recuperação da credibilidade perante o mundo, especialmente os parceiros comerciais.

Outros aspectos que o presidente da Apras considera essenciais para o crescimento de 3% do setor em 2018 são a recuperação do consumo das famílias, que ele vincula a uma pequena melhora no emprego. "A reforma trabalhista agregou uma segurança jurídica que estimula a contratação, ainda que pequena por conta do prolongamento da crise. O mau empregador seguirá sendo punido com a reforma e o bom conseguirá contratar sem correr o risco jurídico; de lá para cá reduziu em 50% o número de ações", defendeu.

O volume de negócios projetado para o evento deste ano é de R$ 540 milhões. O número é baseado na expectativa de receber 45 mil visitantes, entre supermercadistas e varejistas (aumento de 150%), incentivado pelo crescimento de 130% no espaço para expositores, que permitiu acomodar 230 fornecedores que trabalharão com condições especiais para o evento. "A recuperação é lenta, mas diante de um PIB para 2018 no patamar de 2,8%, Selic em 6,2% e inflação estável a Abras e a Apras avaliam que o pior já passou. Com isso, os 3% de crescimento para o setor são bastante adequados", acrescenta o presidente da Abras, João Sanzovo Neto. "Como todo o estímulo a confraternização, por conta dos jogos da Copa, 2018 pode ser um bom ano", complementa Zonta

ABAIXO O DESPERDÍCIO
Além de aproximar fornecedores e supermercadistas em um mesmo espaço para apresentar produtos e fechar negócios, a feira deste ano elegeu como bandeira o combate ao desperdício de alimentos. O tema foi abordado em um Fórum realizado na manhã desta terça (10) com toda a cadeia alimentícia. Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) apontam que 1/3 de todo alimento produzido é desperdiçado, a um custo de 750 bilhões de dólares, segundo alerta da FAO. "Isso conseguiria sanar a fome das 815 milhões de pessoas nesta situação no mundo. Mas vivemos alguns dilemas que precisam ser revistos. No Brasil, o supermercadista não pode doar o alimento que não foi vendido, vai para o lixo", lamentou Zonta. Segundo ele, a Apras tenta levantar a discussão para que o governo, junto a Ceasas, consiga um forma de gerenciar o alimento que não foi vendido para o consumo de quem passa fome.