Do Financial Times
Uma lista de estudos apresenta a mesma conclusão: a maioria das tomadas de controle acionário prejudica os interesses dos acionistas da companhia compradora. Elas recompensam, além disso, os acionistas da empresa adquirida, que recebem mais por suas ações do que elas valiam nos mercados antes do anúncio do negócio.
Mark Sirower, professor da Universidade de Nova York e assessor do Boston Consulting Group, diz que as pesquisas demonstraram que cerca de 65% das fusões não beneficiam as companhias compradoras, cujas ações apresentam desempenho inferior ao do setor. No entanto, as evidências de fracasso não reduziram em nada o entusiasmo dos executivos pelas aquisições.
As atividades mundiais de fusão e aquisição no primeiro trimestre deste ano atingiram o recorde de US$ 1,166 trilhão, de acordo com a Thomson Financial Securities Data. Os últimos meses viram transações de enorme porte, como a combinação entre a America Online e a Time Warner, a tomada do controle da Mannesmann, da Alemanha, pela Vodafone AirTouch e a fusão dos grupos farmacêuticos SmithKline Beecham e Glaxo Wellcome.
Por que tantas fusões e aquisições deixam de beneficiar os acionistas? Colin Price, sócio da consultoria gerencial McKinsey e especialista em fusões e aquisições, diz que a maioria das fusões fracassadas sofrem de problemas de implementação. ‘‘Em cerca de metade delas, os principais executivos deixaram de levar em conta as diferenças culturais entre as companhias envolvidas’’, diz ele. Acoplar culturas corporativas demora, diz Price.