Rio de Janeiro - O consumo das famílias, motor do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, teve alta de 0,7% no primeiro trimestre de 2022, frente aos três meses imediatamente anteriores, informou nesta quinta-feira (2) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda (ou seja, dos gastos com bens e serviços). Responde por cerca de 60% do cálculo do indicador no país.

O resultado do primeiro trimestre reflete um cenário de flexibilização de atividades econômicas após o baque causado pela pandemia de Covid-19.

A derrubada de restrições e o retorno de gastos com serviços, que haviam sido represados pela crise sanitária, foram os principais fatores que levaram nas últimas semanas economistas a projetarem avanço do indicador.

"No consumo das famílias, a demanda está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens", diz Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Analistas, porém, avaliam que, passado o intervalo de volta das atividades econômicas, a reação do consumo pode esbarrar em uma série de ameaças nos próximos meses. Um dos principais riscos é o efeito dos juros mais altos, além da inflação persistente.

O IBGE também informou nesta quinta (2) que os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), caíram 3,5%.

"Essa queda foi impactada pela diminuição na produção e importação de bens de capital, apesar de a construção ter crescido no período", explica. No primeiro trimestre, a taxa de investimento foi de 18,7% do PIB, ficando abaixo da registrada no mesmo período do ano passado (19,7%).

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No setor externo, as exportações de Bens e Serviços cresceram 5,0%, enquanto as importações de Bens e Serviços caíram 4,6% em relação ao quarto trimestre de 2021.

O primeiro trimestre foi marcado no cenário internacional pelos efeitos iniciais da Guerra da Ucrânia.

Com a invasão russa, commodities agrícolas e o petróleo tiveram alta nas cotações. Na teoria, preços mais elevados incentivam exportações e dificultam importações.

O consumo do governo, por sua vez, apresentou estabilidade (0,1%) no primeiro trimestre, de acordo com o IBGE.

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