Valdineia Lima
Valdineia Lima | Foto: Walkiria Vieira

O panetone, o peru e o pinheirinho não são as únicas tradições do Natal. As compras de última hora também se consagram ano a ano e as últimas horas de funcionamento do comércio de Londrina são prova de que enquanto as portas seguem abertas, há quem adentre. Acordado entre os comerciantes e ACIL - Associação Comercial e Industrial de Londrina, as lojas do centro de Londrina permaneceram abertas até as 17 horas deste sábado, 24 de dezembro, véspera de Natal.

A cinco minutos do encerramento das atividades, o fluxo de clientes pelo Calçadão persistia e uma loja de departamentos acolhia dezenas de consumidores em seus dois andares - alguns escolhendo roupas e acessórios, a maioria realizando o pagamento e aguardando a embalagem.

Aposentada, Leila Justi admite que apelou para a última hora, mas justifica: "Estou cuidando dos netos e não tem como sair de casa, então fiz a maioria das compras pela Internet, mas uma das netas mudou o presente e precisei correr para o Centro hoje", expõe.

Moradora do Alto da Boa Vista, região norte de Londrina, Justi acredita que a entrega dos presentes será uma satisfação. "As crianças sabem o que querem e vó que é vó faz o que pode".

Andressa Martins, Elisabeth e a pequena Heloisa
Andressa Martins, Elisabeth e a pequena Heloisa | Foto: Walkiria Vieira

A empregada doméstica Sandra Alves trabalhou até as 14 horas em uma casa de família e por isso uniu-se aos consumidores de última hora na tarde de sexta. "Não teve jeito, moro no Distrito de Guaravera e isso faz parte". Os panos de prato para uso diário em sua casa fecharam as compras e ao lado do marido ela conta que antes da ceia irá assitir uma missa presencial. "Depois me reúno com familiares".

Na última hora, menos poder de negociação

Para alguns consumidores que se encorajaram a ir às compras na sexta de intenso calor, uma constatação: há menos opções para comparar e decidir, assim como negociar com os vendedores. Essa é conclusão a quecchega a auxiliar odontológica desempregada Andressa Martins. "Eu nuncacmais faço isso, dá muito trabalho", resume.cÀ espera de uma motorista de aplicativo e de olho nas sacolas, Martinscacredita que gastou mais tempo, dinheiro e não teve a chance decrealmente escolher o produto de sua preferência, uma vez que as ofertas eram reduzidas. "Mas aprendemos", sorri.

Foram cerca de quatro horas no centro até que Martins e a família pudessem retornar para asa com as sacolas. Moradora de Rolândia, Conceição Barbosa revela que foi a falta de ânimo que a fez procrastinar as compras de Natal. "Gosto de comprar em Londrina porque os preços são bons e tem alternativa".

Perto das 17horas e vendo algumas lojas já de portas abaixadas, ela considera que valeu o seu empenho para ver as netas felizes: "vim com meu marido, ele é paciente, me deixa à vontade e isso ajuda", alegra-se.

Com os braços tomados de sacolas, a auxiliar administrativa Valdineia Lima explica que a carga horária nesse período foi intensa e por isso a véspera do Natal foi para ir à compras. "Foi puxado e hoje pude atender meus afilhados e minha filha. Está bom, tenho que agradecer porque tenho emprego, saúde e motivação. Mas as compras foram reduzidas, só para as crianças mesmo", enfatiza.

Isabella Valeze
Isabella Valeze | Foto: Walkiria Vieira

Com movimento na loja até os últimos instantes de sua jornada de trabalho, a vendedora Isabella Valeze afirma que os dias de venda que antecederam o Natal foram bons - principalmente se comparados aos primeiros dias do mês. Valeze comercializa aparelhos celulares e acessórios como capas, fones de ouvido e cabos para carregar o aparelho. "Dá a impressão que o hábito de deixar para a última hora da uma certa adrenalina nas pessoas", reflete. Valeze atua no ramo há cinco anos e acredita que poucos serão os clientes de segunda-feira que irão a sua loja em busca de troca. "São produtos com modelos específicos e mesmo que seja para presentear, todos confirmam até pelo celular antes de efetuar a compra, não tem erro", comemora.

Imagem ilustrativa da imagem Consumidores de última hora confirmam tradição nacional
| Foto: Walkiria Vieira