Ocepar prevê bons preços tanto para a soja como para o milho
Ocepar prevê bons preços tanto para a soja como para o milho | Foto: Saulo Ohara/04-05-2018


A estimativa de produção de grãos do País na safra 2018/19 é de 238,4 milhões de toneladas (t), volume que se aproxima do recorde histórico de 238,8 milhões, registrado no ciclo 2016/17, segundo o 3º Levantamento publicado na terça-feira (11) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Depois de problemas climáticos no período 2017/18, o órgão aponta uma alta de 4,6% na produção, ou 10,6 milhões de t a mais, puxada pelas culturas de soja, milho e algodão, principalmente.

A área plantada deve crescer 1,2%, ou 756 mil hectares (ha) a mais, para fechar o ciclo em 62,5 milhões de ha. Houve aumento de áreas principalmente para soja e algodão, mas é o ganho de produtividade que ajuda a explicar a previsão otimista.

No Paraná, a área plantada recuará levemente, em 0,2%, para 9,5 milhões de ha. Por outro lado, a produção passará de 35,0 milhões para 38,4 milhões de t, ou 9,6% de crescimento, segundo a Conab. O resultado ainda está um pouco abaixo do recorde do Estado, de 41,6 milhões de t registrado na safra 2016/17, informa o Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento).

Para o chefe do Deral, Marcelo Garrido, é cedo para falar sobre a previsão para a safra de inverno. Ele considera que em mais um mês será possível ter um panorama mais completo, já com números para o plantio de milho na segunda safra. Para a colheita de verão, a previsão é de alta de 4% sobre 2017/18, com 23,3 milhões de t. "No ano passado tivemos problemas no plantio de soja, com seca que atrasou o plantio e depois chuva em excesso perto da colheita. A situação é melhor neste ano e teremos uma recuperação de produtividade", diz Garrido.

Ele lembra que a previsão meteorológica aponta para a normalidade na região Sul. De acordo com o boletim de agosto e setembro do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), há indicativo de retorno do evento El Niño durante a primavera, "aliado a um aumento da temperatura no oceano Atlântico sobre a costa da Argentina e sul do Brasil, que contribuem para o aumento das precipitações em grande parte dos três estados". "Até o momento o clima tem sido regular, com registro de falta de chuva em algumas localidades nos últimos dias, mas nada que uma boa chuva nas próximas semanas não possa recuperar", diz o chefe do Deral.

Na Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), a expectativa é de aumento de no mínimo 2% na produtividade da soja, sem variação significativa da área. "As lavouras de soja estão se desenvolvendo bem e precisam de uma ou duas chuvas nos próximos 15 dias para consolidar uma boa produção", diz o analista de desenvolvimento técnico do órgão, Maiko Zanella.

Zanella conta que há expectativa de bons preços para a soja e para o milho no próximo ano, o que fez com que muitos produtores investissem mais nas propriedades, em busca de melhores resultados. Ainda, ele cita o aumento na busca por crédito de cooperativas. "Somente em dois meses de Plano Safra, todos os recursos do Prodecoop, que eram de R$ 1 bilhão, foram usados e o governo aportou mais R$ 500 milhões", diz, sobre o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária.

O secretário de Política Agrícola do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Wilson Vaz deAraujo, diz que o aumento na contratação de crédito neste ano e a venda de fertilizantes indicam um novo bom resultado. "Se você pegar uma série um pouco mais longa, verá que nunca se vendeu tanto fertilizante quanto nesses cinco primeiros meses [do Plano Agrícola e Pecuário desde julho], comparando aos mesmos meses de anos anteriores."

Garrido cita que o produtor está capitalizado e tem condições de fazer um bom trabalho no campo. "Principalmente quem produz soja vem com uma sequência de produções boas e de bons preços", afirma o chefe do Deral.

Imagem ilustrativa da imagem Conab estima safra próxima a recorde
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