Em 2020, as compras com presentes de Natal devem injetar R$ 229 milhões na economia de Londrina. O valor é 23,78% maior que no ano de 2019, quando o total gasto foi de R$ 185 milhões. O resultado pode ser justificado por algumas situações como o fato de Londrina e região já apresentar saldo mais positivo de empregos, a injeção de recursos do governo como o auxílio emergencial, aumento populacional, as promoções da Black Friday, onde algumas pessoas aproveitaram para antecipar alguns presentes natalinos, o nível de inflação de um ano para o outro e o fato das pessoas terem poupado dinheiro durante o período de maior pico da pandemia da Covid-19.

Imagem ilustrativa da imagem Compras de Natal devem injetar R$ 229 milhões na economia de Londrina
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Os dados fazem parte de uma pesquisa encomendada pela ACIL e realizada pela Litz – Estratégia e Marketing. O levantamento foi feito com 304 consumidores, de todas as regiões da cidade, entre 26 de novembro e 2 de dezembro.

“A pesquisa confirma a retomada da economia, com um volume maior de compras em comparação a 2019. Esse movimento se deve, em parte, ao auxílio emergencial, que ajudou a segurar a economia brasileira. Com isso, o emprego está aumentando. Muita gente guardou dinheiro no pico da pandemia, e esse recurso está voltando agora ao mercado. Importante ressaltar que, no Dia das Mães, a maioria das compras ocorreram de forma digital, pois as pessoas estavam com medo. Agora, o consumidor está voltando às ruas, e é preciso que o empresário siga à risca os protocolos para que todos possam comprar com segurança”, ressalta o presidente da ACIL, Fernando Moraes.

Segundo a pesquisa, 75% devem garantir seus presentes para o Natal. Deste montante, 8,6% já aproveitou a Black Friday e não irá realizar mais compras; 28,6% comprou na Black e pretende comprar novamente em dezembro; e 38,2% irá realizar todas as compras no mês de dezembro. Responderam que não pretendem realizar compras neste ano 24,7% dos entrevistados.

As pessoas que não irão às compras justificaram o fato pela situação financeira (49,3%), falta de costume (13,3%), falta de tempo (9,3%), pandemia (5,3%), não tem quem presentear (2,7%), o restante não soube responder.

Dos consumidores que responderam a pesquisa, 87,3% disseram que farão pesquisa de preço antes de efetuarem a compra, contra 12,7%.

Devem ser presenteados neste Natal: pai/mãe (54,1%), filhos (43,2%), marido/esposa/companheiro (35,8%), sobrinhos/afilhados (21,8%), irmãos (17,9%), namorado (17%), outros.

Já os segmentos de destaque devem ser: roupas/vestuário (81,2%), calçados (57,6%), chocolates/bolos/alimentos (51,1%), perfumaria (45%), livros (34,9%), bijuterias e acessórios (30,6%), objetos de casa e decoração (29,7%), eletrônicos (25,8%), relojoaria/joalheria/ótica (20,5%), celulares (16,2%), eletrodomésticos (13,5%), flores (13,5%), brinquedos (5,2%), outros.

A média total de gastos com presentes deve ser neste ano de R$ 690 por consumidor, e a média por presentes deve apresentar o valor de R$ 157. A média de presentes adquiridos por consumidor deve ser de cinco unidades.

Um dado que chama a atenção é como os consumidores pretendem adquirir os presentes de Natal: indo até a loja física (83,4%), internet como sites, aplicativos ou redes sociais (44,1%),internet por Marketplace (18,8%), whatsapp (7%), comprando por telefone e retirando na loja física ou por delivery (6,1%), recebendo o vendedor ou consultor em casa (1,7%), não sabe (0,4%).

Sobre as modalidades de pagamentos, 46,3% dos entrevistados devem parcelar no cartão de crédito, 38% utilizar cartão de débito, 28,4% pagar à vista no cartão de crédito, 27,9% optaram pelo pagamento à vista em dinheiro ou cheque, 4,4% escolheram o crediário e 0,9% o parcelamento em cheque.

Os consumidores que escolherem o parcelamento no cartão de crédito, devem optar por 3 vezes (34,9%), 2 vezes (17%), 4 vezes (17%), 5 vezes (8,5%), 10 vezes (7,5%), 6 vezes (3,8%), 8 vezes (2,8%), 12 vezes (2,8%), outros.

Considerando o Natal de 2019, 63,3% dos consumidores londrinenses disseram que neste ano pretendem gastar mais ou igual ao ano de 2019. E 36,7% responderam que deverão gastar menos. Sendo que 40,4% devem gastar a mais com presentes, e 35,1% devem gastar a menos que em 2019.

Horário do comércio

Em relação ao horário para comprar os presentes, 45,5% dos consumidores responderam de noite, 34% disseram de tarde, 28,8% pela manhã e 11,5% responderam na hora do almoço.

Sobre a abertura do comércio em horário estendido, 72,8% dos entrevistados disseram que a abertura em horário especial nos dias de semana à noite e sábado à tarde auxilia na compra de presentes de Natal, contra 27,2%.

Já 71,2% afirmaram que a iluminação natalina incentiva a sair de casa para prestigiar o comércio loca, contra 28,8%.

Rendimentos e 13º salário

Os entrevistados também responderam sobre seus rendimentos em 2020. 38,2% acreditam que foram menores que em 2019, 36,8% disseram que foram iguais ao ano passado e 25% revelaram que os rendimentos em 2020 foram maiores que 2019.

Sobre o 13 salário, 53,3% dos consumidores disseram que recebem o 13 salário, contra 46,7%.

Dos que recebem o benefício, 30,9% disseram que irão guardar/poupar, 28,4% irão pagar dívidas, 16% farão pagamentos de despesas de início de ano, 12,3% vão utilizar nas compras de Natal, 6,2% devem viajar, 3,1% irão aproveitar para as festas de fim de ano, outros.

Falando em festas de fim de ano, 66,8% disseram que irão gastar com alimentos e bebidas para as datas festivas, contra 33,2% que não pretendem investir.

O valor médio com esses tipos de produtos deve ser de R$ 370.

Cenário atual e pandemia

Para as festividades de fim de ano, 58,9% dos entrevistados disseram que irão comemorar apenas com pessoas da própria residência, 33,2% com um número maior de familiares e amigos e 7,9% não devem comemorar.

Os entrevistados também responderam sobre os protocolos estabelecidos pelos órgãos de saúde a respeito da pandemia. 76,3% responderam que sempre cumprem todos os protocolos à risca, 15,5% disseram que cumprem, porém às vezes se esquecem, 6,6% disseram que cumprem apenas em situações específicas e 1,6% revelaram que não cumprem os protocolos de saúde.

Para 2021, 49,3% dos consumidores esperam melhora no cenário como um todo, 25,3% acreditam que deve-se manter igual e 25,3% acham que deve piorar.

Expectativa na região
Em Arapongas, a gerente administrativa da Acia (Associação Comercial e Empresarial de Arapongas), Elizabeth Liberato, conta que o comércio já começa a dar sinais de recuperação. “Em outubro, as consultas ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) aumentaram 1,7% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram 56 consultas a mais. Mas, no balanço do ano até 31 de outubro, a quantidade de consultas ainda está 23,7% menor”, detalha. O acesso ao serviço é realizado para verificar se o consumidor possui alguma restrição para finalizar a compra no crediário.

O fechamento do comércio por 21 dias associado ao medo da pandemia fizeram com que muitos clientes deixassem de consumir. Por outro lado, Liberato ressalta que as medidas aprovadas pelo governo federal como o pagamento do auxílio emergencial e a redução ou suspensão dos contratos de trabalho amenizaram o cenário de prejuízos.

O presidente da Acia (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana), Jayme Leonel, afirma que a expectativa é de aumento de 10% a 15% nas vendas de fim de ano no comércio local. A porcentagem leva em conta o mesmo período do ano passado. Porém, os valores não foram revelados.

Conforme Leonel, o auxílio emergencial deu sobrevida a algumas lojas e estabelecimentos comerciais da cidade. Já no setor industrial, a produção diversificada rendeu resultados positivos, principalmente, no setor de vestuário em razão da confecção de máscaras e de jalecos. “Foi uma ilha de bons negócios. Muitas empresas foram incluídas nesse processo de produção.”

O presidente da Acim (Associação Comercial e Empresarial de Maringá), Michel Felippe Soares, também destaca que linhas de crédito para empresários e programas de capacitação auxiliaram os comerciantes durante a pandemia.

“Foi um ano desafiador tanto para a entidade quanto para o meio empresarial. A maioria dos empresários conseguiu passar por esse período turbulento. Alguns setores, como a construção civil, estão até mais fortes do que antes da pandemia, mas alguns segmentos ligados ao turismo e aos serviços ainda sofrem impacto muito forte”, pondera.

Saldos positivos na geração de emprego na região contribuem para a recuperação da economia. Soares acredita que a contratação de temporários também deve reforçar o cenário mais otimista.

A associação incentivou, por meio de linhas de crédito, a realização de melhorias nas fachadas e na organização das empresas locais. “Vamos focar novamente a valorizar o comércio local. Durante o ano fizemos vídeos de sensibilização para a população e agora vamos voltar nesse ponto. As empresas daqui geram emprego e geram renda que fica na nossa cidade.”