A aquisição de 100% das ações da Copel Telecom pelo Bordeaux Fundos de Investimentos em Participações Multiestratégia, o mesmo que arrematou a Sercomtel, deixou lideranças de Londrina na expectativa de que os ativos das companhias sejam unidos, e que a sede dessas operações fique na cidade. Uma articulação dessas lideranças e do poder público para que isso se concretize é esperada.

Imagem ilustrativa da imagem Compra da Copel Telecom por Bordeaux anima lideranças londrinenses
| Foto: AEN

Para o prefeito Marcelo Belinati, a tendência é que o "guarda-chuva" das operações de telecomunicações dos investidores fique em Londrina, o que vai potencializar o arranjo de tecnologia regional. "Trabalhamos muito para que a operação da Sercomtel se viabilizasse. E agora queremos garantir que a sede do novo grupo venha para Londrina, já que a Sercomtel detém autorização e licenças da Anatel", disse o prefeito por meio da assessoria de imprensa.

O atual presidente da Sercomtel, Claudio Tedeschi, também avalia que a aquisição das ações da Copel Telecom pelo fundo Bordeaux pode representar a migração do grupo para Londrina, já que a compra não inclui funcionários. Para ele, o fundo vai unir a extensa rede de fibra ótica da Copel Telecom à estrutura da Sercomtel, com sede e funcionários, e se tornar uma das maiores empresas de telecomunicações do País.

"Foi muito boa a compra da Copel Telecom pela Bordeaux, porque ela tem um ativo enorme de fibra ótica, que ainda é o grande investimento na área de telecom, de dados. A Copel Telecom tem cerca 38 mil quilômetros de fibra ótica enquanto a Sercomtel tem 1.100."

Vale lembrar que Copel e Telecom e Sercomtel já possuem parceria na oferta de serviços em 175 municípios do Paraná, diz Tedeschi. "A concessão de serviços está a maioria na mão da Sercomtel." Para ele, a compra da Copel Telecom pelo Bordeaux por R$ 2,4 bilhões mostra o potencial de investimento do grupo e projeta um futuro promissor para a região.

Fernando Moraes, presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) também diz acreditar que a operação da Copel Telecom ficará aos cuidados da Sercomtel e torce para que isso de fato aconteça. "A tendência é ficar tudo sob o guarda-chuva da Sercomtel. Ela tem sede, equipe para absorver tudo isso e a gente entende que a sede dessa nova companhia seria em Londrina. Logicamente que o município, assim como lideranças, têm que fazer o trabalho de mostrar para o grupo a força que tem o ecossistema de inovação de Londrina."

O investimento feito pelo fundo Bordeaux na Sercomtel mostra que o grupo enxerga o potencial da cidade de Londrina, e abre portas para que daqui saiam negócios e tecnologia capazes de endereçar demandas nacionais do setor, como o 5G e a conectividade do campo, diz Fabrício Bianchi, gerente do Sebrae/PR. "Quando você tem um grupo olhando para a possibilidade de Londrina com o investimento na Sercomtel, olhando todo o know how, o papel que ela teve processo, não é de graça que isso está acontecendo. A cidade tem todo o ecossistema favorável a isso para ser curado."

Agora com os ativos da Copel Telecom, a cidade terá em mãos a "fábrica" e o meio de distribuição de tecnologias, pondera Bianchi. "A Copel já tem 37 mil Km de extensão de fibra. Imagina desenvolver tecnologia e poder replicar isso? Ter a fábrica e a distribuição?"

O consultor do Bordeaux Fundo de Investimentos, Hélio Costa, falará com a imprensa londrinense nesta quarta-feira (11), em entrevista coletiva. Na ocasião, além de falar da fase de transição de gestões na Sercomtel Telecomunicações e dos desdobramentos do leilão de capitalização da empresa, ele vai tratar de fatos recentes, como a aquisição das ações da Copel Telecom.