Vânia Casado
De Curitiba
Dezenas de compradores de imóveis construídos pela Comissária Galvão, em Curitiba, foram orientados a formar condomínios para concluírem por conta própria as obras que estão atrasadas. A sugestão teria partido de representantes da empresa, que alegaram falta de dinheiro para o acabamento dos imóveis, disse um dos compradores de um apartamento no edifício Vêneto, no Cabral, Geraldo Queiroz Júnior. O atraso, que varia de seis meses a dois anos, na entrega de dezenas de apartamentos construídos pela Galvão, está provocando desânimo e fúria dos compradores.
A comissária Galvão S.A. é uma empresa tradicional na cidade com 45 anos de atuação no ramo imobiliário. ‘‘Especula-se que a empresa está enfrentando sérios problemas de descapitalização e que estaria em processo de pedir a auto-falência’’, comentou Queiroz. Ele comprou um apartamento de 74 metros quadrados no edifício Vêneto, que deveria ser entregue em fevereiro de 1999, conforme o cronograma de obras. Até agora, foi erguido apenas o esqueleto do prédio, faltando as obras de acabamento. Em reunião realizada com os compradores há seis meses, os representantes da Galvão alegaram problemas de caixa e orientaram para que formassem condomínios e usassem o saldo devedor dos imóveis para custear a obra.
A reunião provocou a ira dos compradores que na média já pagaram entre R$ 40 mil e R$ 45 mil, de um total de R$ 60 mil, alegou Queiroz. Segundo ele, as obras estão paralisadas e os compradores não conseguiram viabilizar a formação de um condomínio. Queiroz disse que as dificuldades jurídicas,administravas e financeiras impediram a concretização do condomínio. ‘‘ Ninguém mais quer investir na obra’’, disse.
A Folha entrou em contato com o diretor-presidente da Comissária Galvão, Nelson Galvão, mas ele não estava na empresa e não retornou a ligação. O advogado da empresa, João Casilo, também foi contactado mas não retornou a ligação.