A Comissão de Segurança coordenada pela Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) reuniu-se nesta quinta-feira (23), na sede da entidade, para discutir os temas que vão nortear as ações do grupo, que passa a se encontrar quinzenalmente, às sextas-feiras. Criada a partir de uma reunião com representantes públicos e forças de segurança no dia 30 de janeiro, a Comissão consolida-se como permanente, contando com a participação das secretarias de Defesa Social, Saúde, Assistência Social, CMTU, Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil e Câmara de Vereadores, entre outros representantes da segurança, do poder público e da sociedade civil.

De caráter conciliatório, a Comissão busca soluções para questões que envolvem a segurança em Londrina, tema que se expande por áreas como saúde, educação e economia. A intenção também é conectar os setores. Dessa forma, cada um falou, mesmo que rapidamente, sobre o trabalho que vem realizando.

“A reunião teve o intuito de criar sinergia entre as lideranças da nossa cidade, e o grande avanço é que houve olho no olho, houve liberdade de expressão, todos participaram e contribuíram. Temos o grande desafio de ter uma condução neutra, que tenha como objetivo principal o avanço da segurança em Londrina”, destacou Marcia Manfrin.

Foi a primeira reunião oficial da Comissão de Segurança de Londrina, que passou a elencar os principais problemas e as possíveis soluções. Houve muita troca de informações, e definiu-se pela permanência com encontros quinzenais. Os integrantes também decidiram expandir os convites para a participação da Polícia Federal, do Departamento de Polícia Penal, da Polícia Rodoviária e da Receita Estadual.

“Qualquer discussão que venha da sociedade civil é sempre muito boa. Foi muito bom também para que possamos conhecer o trabalho de cada um e o que Londrina precisa hoje. Nós não podemos criminalizar a pobreza. Passamos por um empobrecimento do país, isso é fato, Londrina saltou de 49 mil para 72 mil famílias no Cadastro Único [cadastro das famílias em situação de pobreza e extrema pobreza]. Qual é o papel das políticas públicas nisso? Quem é o usuário de substâncias hoje? Quem está cometendo os furtos e para que estão cometendo esses furtos? Foram essas as perguntas que pairaram na reunião”, explicou Jacqueline Marçal Micali, secretária de Assistência Social.

O delegado Matheus Prado, do setor operacional da 10ª Subdivisão Policial, considerou o encontro produtivo: “Essa iniciativa é de extrema relevância, estamos diante de um problema estrutural, que demanda a atuação de diversas áreas da sociedade, que envolve não só a segurança pública, mas a saúde, a assistência social e a economia. Então é de extrema importância para entendermos juntos quais são as demandas e quais são as iniciativas possíveis de serem implementadas. Tenho certeza de que em breve estaremos colhendo resultados positivos”.

Houve consenso em relação às ocorrências, atualmente mais restritas aos furtos, enquanto os crimes mais graves vêm apresentando queda na cidade. A Polícia Civil detalhou avanços que, por enquanto, permanecem sigilosos para não comprometer as investigações.

Para o tenente-coronel Nelson Villa, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, Londrina não é uma cidade violenta: “Não se fala em latrocínios, os roubos diminuíram. O problema que acomete a nossa cidade são os furtos qualificados e os furtos simples que, embora não sejam crimes violentos, causam prejuízos elevados para a população e, sobretudo, para comerciantes. A importância da reunião é debater os meios pelos quais nós vamos conseguir fazer isso reduzir”, declarou.

A reunião também contou com a presença de Angelo Pamplona, diretor Comercial da Acil; Rodrigo Geara, superintendente da Acil; Carlos Euzébio, diretor da ACIL; Felippe Machado, secretário de Saúde; Pedro Ramos, secretário de Defesa Social; Ricardo Eguedis, da Polícia Militar; Jorge Costa, do Ministério Público; Álvaro do Nascimento Marcos, da CMTU; Santão, presidente da Comissão de Segurança da Câmara de Vereadores; Eduardo Tominaga, vereador; delegado Mozart Gonçalves; investigadores, assistentes sociais e assessores, entre outros participantes.