A sexta-feira de Black Friday foi de grande movimento no comércio desde as primeiras horas da manhã em Londrina. Ainda sem um balanço oficial das vendas, o presidente da Acil, Fernando Moraes, manteve o otimismo obtido com as projeções que apontavam que a data seria a melhor do ano para o setor após desempenhos ruins nas outras datas comemorativas, impactadas pela pandemia.

Imagem ilustrativa da imagem Comércio tem dia de movimento intenso com Black Friday
| Foto: Roberto Custódio

“Ainda não temos dados fechados, mas a movimentação no comércio é grande. Estive hoje no Calçadão e percebi que houve muitas vendas. Com certeza vai ser um excelente dia, só não podemos ainda saber se vai ser melhor ou pior do que o ano passado, mas nossa expectativa é muito positiva”, avaliou.

O diretor comercial da entidade, Angelo Pamplona, também demonstrou confiança em bons resultados. "Houve um acréscimo nas vendas e acredito que seja em função da Black Friday, sendo que o movimento costuma diminuir na última semana do mês”, comparou.

Ele ponderou, no entanto, que o movimento maior ocorreu nas lojas com melhores preços. “O que deu pra perceber é que as lojas que ofereceram bons descontos, essas atraíram muitos clientes, inclusive com filas nas portas”, relatou. Já comerciantes que fizeram liquidações não muito atrativas, segundo ele, não deverão obter muito retorno. "Percebi que os consumidores estão bem mais atentos e antenados este ano com os preços num geral, todos querem fazer boas compras", comentou Pamplona.

No Calçadão, se não fosse pelas máscaras, a tarde da Black Friday pareceria, à primeira vista, um dia comum antes da pandemia. No entanto, diversas lojas estavam com funcionários medindo a temperatura dos clientes na entrada e oferecendo álcool em gel para a higienização das mãos.

CAUTELA

Por causa da pandemia, as lojas criaram expectativas para que a Black Friday fosse o dia mais movimentado de um ano atípico e de baixas vendas, mas alguns lojistas se depararam com consumidores mais cautelosos em relação às compras. Danilo Pereira, 33, gerente de uma loja de departamento no Calçadão contou, no meio da tarde de sexta, que o dia da Black Friday ainda não havia reagido como o esperado. No caso deles, o Dia das Mães foi mais movimentado do que a tão esperada Black Friday.

Ele acredita que a queda no movimento e nas compras sejam em decorrência do aumento de preço que muitos produtos tiveram durante a pandemia e pela preocupação econômica que ela criou no consumidor. “A gente está vendendo muito à vista, para você ter uma ideia, agora os clientes que fazem parcelamento estão um pouco reclusos, acho que estão preocupados com o que vai acontecer, como vai ser a renda dele ano que vem”, explica o gerente.

Já Quedima de Oliveira Carvalho Souza, 34, dona do quiosque no calçadão, contou que o movimento da Black Friday superou suas expectativas para esse ano “porque durante a semana eu tive um movimento muito fraco, sabe? Daí a gente estava meio desanimado, mas graças a Deus hoje [sexta-feira] deu uma reagida boa”.

OPORTUNIDADE

Mirian da Rocha, 27, se planejou antes de ir aproveitar as ofertas da Black Friday. “A gente pesquisou pela internet, viu algumas lojas em promoção e veio comprar”. Ela aproveitou a data para comprar eletrodomésticos, roupas e produtos de higiene e consumo, mas não acabou levando tudo o que procurava. Tem muita coisa em alta, não está compensando muito não”. O que ela achou que compensou mais foram os eletrodomésticos. Mirian reduziu o orçamento de gastos esse ano, e acabou gastando em média R$ 700.

Francisca Irene, 60, aproveitou a Black Friday para comprar produtos do cotidiano, como fraldas e produtos de higiene “A gente tem que aproveitar as promoções assim, o mercado está muito caro”. Ela está gastando menos esse ano e conta que achou os preços de eletrodomésticos muito caros “porque as vezes não é coisa de primeira linha, é de segunda linha, então não compensa ir comprar e não tem assim uma garantia”.

Supervisão: Celso Felizardo, editor de Economia