O Paraná teve somente o 15º desempenho em variação de volume de vendas no comércio varejista, com avanço de 0,7% em julho ante junho, e 14º no ampliado (que inclui materiais de construção e veículos), com queda de 0,1% no mesmo comparativo. Os dados colocam o Estado abaixo da média nacional e são da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) divulgada na quarta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Parte da explicação está na grande retração na venda de combustíveis e lubrificantes no Paraná, que registra queda de 16,9% de janeiro a julho e retração de 8,4% em 12 meses. O resultado está bem abaixo da média nacional, de alta de 1,2% no ano e de baixa de 0,6% em 12 meses.

Consultor financeiro da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) e professor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Marcos Rambalducci afirma que outros segmentos do varejo não tiveram resultados tão distintos da média nacional como os combustíveis, o que faz com que a causa seja no transporte de produtos para outros países. “A indústria automotiva de exportação para o Mercosul, em especial para a Argentina, ajuda a entender tal queda. A diminuição da ordem de 45% nas exportações de automóveis e, de quebra, de vários outros produtos levou a uma significativa diminuição na demanda de transporte tanto em modais rodoviários, ferroviários e marítimos, o que justifica uma retração nas vendas de combustíveis.”

Dentro de Londrina, por exemplo, alguns proprietários de postos de combustíveis registraram aumentos pequenos nas vendas neste ano em relação ao ano passado. “Meu posto na cidade completou cinco anos e vive um momento de maturação, então não é o melhor comparativo, mas vendi 2% a mais em 2019”, diz o empresário Diogo Decker, do Auto Posto Cupimzão.

O desempenho paranaense também é ruim em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com quedas de 0,7% no acumulado do ano e de 0,6% em 12 meses. Apesar de ter se recuperado em julho, tecidos, vestuário e calçados recuou 1,7% e 4,1%, nos dois comparativos, respectivamente. Móveis e eletrodomésticos tiveram baixa de 3,3% no ano e de 1,0% em 12 meses.

Por outro lado, a atividade livros jornais, revistas e papelaria teve queda de 11,9% de janeiro a julho e de 11,6% em 12 meses. Apesar dos índices negativos, foram bem melhores do que a média nacional, de retração de 26,0% e 25,2%, respectivamente.

Os destaques positivos no Paraná ficaram com as altas de outros artigos de uso pessoal e doméstico (20,1% no ano e 23,1% em 12 meses), veículos e peças (9,7% e 7,3%) e materiais de construção (9,1% e 6,4%).

ABAIXO DA MÉDIA

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o Paraná tem o 18º resultado no comércio, com 2,0% de avanço, e 15º no varejo ampliado, com 5,9%. No acumulado de janeiro a julho, o varejo do Paraná registra queda de 1,4% e, em 12 meses até julho, alta de 0,3%. O Estado tem desempenho melhor no ampliado, com alta de 2,3% no ano e de 2,6% em 12 meses.

O desempenho estadual ajuda a puxar para baixo a média brasileira em todos os índices. Por exemplo, o comércio nacional avançou 1,0% em julho sobre junho e teve alta de 4,3% ante o mesmo mês do ano anterior.