Independentemente da localização do negócio, o consultor do Sebrae Rubens Negrão aconselha que o comerciante precisa ter uma boa gestão financeira e administrativa, com planejamento estratégico, levando em consideração as informações sobre o valor do ticket médio, a taxa de inadimplência e também participar de associações e ações empresariais da cidade até para ter parâmetros para comparar as informações do seu negócio com a realidade local.

Receber orientação sobre como gerenciar o seu negócio é fundamental para a comerciante Lourdes Brás, dona de uma loja no Jardim Itapuã (zona Sul). Ela passou por um revés anos atrás que quase a fez desistir. "Arrombaram a loja e levaram toda a mercadoria. Limparam tudo. Para me reerguer procurei orientação do Sebrae. Isso foi essencial para me manter. Eles orientaram como administrar o negócio", contou.

Brás diversificou os produtos. Vende confecção, perfumaria, bijuterias, faz locação de fantasias e reforma de roupas. Há dez anos no ponto, ela usa o serviço de conserto para atrair a clientela para os demais produtos. "Com o conserto consigo trazer a cliente para dentro da loja. Também ofereço aluguel de fantasia de ocasião como trajes para festa junina", contou.

Ela utiliza as redes sociais para divulgar a loja, faz promoções e está sempre antenada no tipo de produto que a clientela está atrás. Ela viaja uma vez por mês para São Paulo para buscar mercadoria. "Não é fácil ser comerciante. Você vê muita loja fechando e você vai só se sustentando. Sou passo de tartaruga. Vou devagar, porque você não pode se endividar", afirmou.

Maria Claudete Romarin Goberti, vizinha de comércio de Brás, também traz de São Paulo as mercadorias para abastecer seu bazar. Ela está no ramo há 21 anos e afirma que, apesar da crise, não pode reclamar do movimento. "Vemos muitos comércios fechando, mas aqui no geral não posso reclamar. Tenho uma clientela fiel, muita gente do bairro e do sítio. Também procuro sempre trabalhar com menor preço", comentou.

Ela também procura diversificar os produtos conforme a época do ano. Trabalha com vestuário, material escolar, brinquedos, calçados. "Você tem que saber o que comprar. Tem que trazer modinha. É o que mais vende", ensinou. Ela acredita que a região da zona Sul é muito boa para o comércio, mas que ainda carece de estabelecimentos como padarias e agências bancárias. (A.M.P)