Os aumentos recentes nos preços de combustíveis, gás de cozinha e da energia elétrica têm pressionado cada vez mais os bolsos dos consumidores brasileiros. Desde o último dia 6, a Petrobras aumentou de uma vez 6,32% nos preços da gasolina, do diesel e do GLP (gás liquefeito de petróleo para botijões). Entre tantos reajustes e o aumento da inflação - segundo o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), em junho a inflação ficou em 0,83%, um aumento de 0,39 ponto percentual em comparação a maio -, o controle das finanças torna-se cada vez mais necessário. A economista e empreendedora Angelina Nunes Santos dá explicações sobre a situação e algumas recomendações para equilibrar as contas nesse cenário.

Imagem ilustrativa da imagem Combustíveis e energia elétrica: os vilões do orçamento do brasileiro
| Foto: iStock

Atualmente, o reajuste da gasolina e do GLP acompanham a alta internacional do petróleo e seus derivados, explica a economista. “O Brasil consome mais combustível do que produz e, segundo a estatal, tal alinhamento de preços é primordial para garantir que o mercado brasileiro não corra riscos de desabastecimento”, afirma. Santos informa também que até o gás e a gasolina chegarem aos consumidores, os preços cobrados nas refinarias da Petrobras para distribuidoras são acrescidos de tributos e custos de transporte, fazendo o preço final ser ainda maior. “Lembrando que existe lei de isenção de tributos federais para o gás de cozinha (botijão de 13Kg), porém não suaviza no bolso do consumidor”, aponta.

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Tendo em vista esse cenário, Santos dá algumas dicas para fazer um controle das despesas da casa. “O mais importante é manter a calma e fazer um planejamento financeiro mensal”, revela a economista. “Na minha opinião, uma boa dica é buscar uma renda extra”, afirma. “O controle das finanças domésticas é essencial, mas com a alta de preços apenas controlar não surtirá grandes efeitos, por isso sugiro uma renda extra”, explica. Santos afirma que encontrar formas alternativas de complementar a renda é, atualmente, facilitado pela modalidade do e-commerce. “Com a internet, muitas oportunidades surgem, como ser afiliado de um produto ou serviço. Várias plataformas oferecem essa possibilidade”, indica. Ela aconselha que, se possível, as pessoas busquem empreender na venda de produtos pela internet. “Vender bolos, doces, cosméticos, dentre outros, pode ajudar”, recomenda, e ressalta a importância de combinar essa busca por rendas alternativas ao controle das finanças cotidianas.

“Acredito que o que caberia para todos seria, primeiramente, cessar os gastos supérfluos e desnecessários”, indica. Para controlar as finanças domésticas, a especialista recomenda também um cuidado para a quitação de dívidas. “Dependendo de cada tipo de dívida poderíamos traçar uma meta”, exemplifica. “Recomendo trocar dívidas muito onerosas por dívidas mais baratas. Dívidas com cheque especial ou rotativo do cartão de crédito devem ser quitadas ou negociadas rapidamente”, aconselha. “Esses tipos de dívidas são ‘bola de neve’ devido às altas taxas de juros. Os bancos costumam parcelar essas dívidas com parcela fixa. Por isso, procure esse acordo rapidamente”, indica Santos.

Além das dicas, a economista aponta para a possibilidade de a situação melhorar conforme o avanço na vacinação. “[A vacinação] é uma esperança para todos, seja no âmbito pessoal, social ou financeiro”, pontua. “A geração de mais empregos e a queda do desemprego que todos esperam pós vacinação podem ajudar a pôr as coisas no eixo. As vacinas não prometem 100% de proteção, mas trazem bons ventos de melhora em um contexto geral”.

Supervisão: Celso Felizardo, editor de Economia

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