Enquanto algumas empresas veem o faturamento cair drasticamente com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus e chegam a demitir pessoas a fim de cortar os gastos, empresas de setores como de saúde, higiene e alimentos observam aumento na demanda. Algumas precisam até contratar mais funcionários para dar conta do trabalho.

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Com a necessidade de funcionários trabalhando em home office para atender clientes de uma operadora de telefonia, a empresa Vikstar abriu 100 vagas para operadores de contact center trabalharem de casa em Londrina.

Mário Câmara, presidente da empresa, explica que a demanda da operadora de telefonia foi uma oportunidade para a companhia, que “saiu na frente” no processo de implantação do home office. De acordo com o presidente, as empresas clientes estão dando preferência ao atendimento de contact center por home office devido ao risco de fechamento dos espaços físicos. “Quanto menos aglomeração, melhor, para que consigamos que as pessoas deem um suporte ao público melhor e estejam em casa para resguardar a família.”

O serviço de contact center também está sendo demandado para ampliar o atendimento telefônico em tempos de isolamento social. Em Teresina, por exemplo, a Vikstar foi contratada pela prefeitura para prestar atendimento de dúvidas sobre o coronavírus, e para transferir ligações para médicos da família, conta Câmara. “A Vikstar está crescendo, contratando no País 800 pessoas ao todo pela agilidade de lidar com esse problema de colocar pessoas em home office.”

A Visão Química, de Bela Vista do Paraíso, contava com oito funcionários e precisou admitir mais quatro, com contratos temporários de um mês, para dar conta da demanda de álcool gel para limpeza de superfícies. Os turnos de produção também precisaram ser estendidos durante a semana e no fim de semana. “Como nosso outro segmento está parado (de limpeza automotiva), a gente acabou focando só nesse produto”, contou Thaís Machado Oliveira, química responsável pela empresa.

Demanda

Segundo João Arthur Mohr, gerente de assuntos estratégicos do Sistema Fiep, o impacto da crise no Paraná não é tão intenso porque o Estado é forte na indústria de alimentos, considerada essencial e altamente demandada no período de pandemia. “Tem setores que são mais e menos atingidos”, diz. Os setores de saúde, higiene e alimentos são os menos afetados nesse período de crise, afirma o gerente.

Ele conta que, no Paraná, por exemplo, há o caso de uma indústria de leitos hospitalares que precisou colocar um terceiro turno de produção, e outra de TNT (Tecido Não Tecido) - usado em máscaras cirúrgicas - que pôs sua infraestrutura para produzir na capacidade máxima. Uma indústria de álcool gel da RMC (Região Metropolitana de Curitiba) chegou a admitir cerca de 100 funcionários por causa da alta demanda. “Mas se somar (esses casos), não chega a 5%", Mohr ressalva.

Transformação

Algumas indústrias de segmentos afetados pela crise passaram a produzir itens essenciais para atravessar o período de pandemia com um prejuízo menor. Exemplos são empresas do vestuário que passaram a fabricar máscaras ou jalecos, ou indústrias de cosméticos que passaram a fabricar álcool gel.

Esse é o caso da Veneza, de Cambé, que produzia apenas cosméticos, e que com a pandemia do coronavírus começou a produzir álcool gel. Além de dedicar toda a sua capacidade produtiva ao produto, a empresa também precisou contratar mais oito pessoas, que trabalham em regime de diárias, para atender a alta demanda. A empresa está produzindo cerca de 2 mil Kg da álcool gel diariamente.

Dificuldades

“Hospitais e alguns tipos de indústrias como de móveis hospitalares estão em uma situação melhor que empresas de outros setores”, diz Simone Milan, consultora do Sebrae/PR. No entanto, ela ressalta que algumas já começam também a enfrentar problemas de falta de alguns insumos. “Tem gente que tem demanda, mas está faltando embalagem, matéria prima.”

A Artmed, empresa de móveis hospitalares, viu a demanda crescer cerca de 50%, devido à pandemia. Por outro lado, Marcos Sérgio Martins, diretor da empresa, relata enfrentar dificuldades de acesso a indústrias de matérias primas e suprimentos que não estão autorizadas a funcionar. “Nosso problema está sendo que o governo liberou a indústria voltada à área de saúde, mas a indústria de matéria prima e empresas de suprimentos não tiveram liberação para trabalhar.”

Ricardo Magno, sócio proprietário da empresa de móveis hospitalares Metal Solution, conta que a demanda cresceu cerca de 20%, mas está sendo limitada por fornecedores que não estão autorizados a funcionar em alguns municípios. A inadimplência, segundo ele, também aumentou de 20% a 30% devido à crise. “Por mais que tenha aumentado a demanda, não é uma situação confortável para a empresa”, frisa ele.

Serviço:

Podem participar da seleção da Vikstar candidatos com Ensino Médio completo, com mais de 18 anos, com ou sem experiência. Além disso, é necessário ter computador próprio (configuração mínima: Intel Core i5, 4GB de RAM e Windows 7 Pro) e conexão com Internet de pelo menos 15 Mbps.

O salário corresponde ao piso da categoria (um salário mínimo por seis horas de trabalho), mais comissão e benefícios. O recrutamento será todo online, no e-mail [email protected] ou pelo Whatsapp (43) 99103-9524. Os contratados receberão treinamento remoto da Vikstar.