O presidente Paulo Maciel discursa durante o anúncio oficial do negócio
O presidente Paulo Maciel discursa durante o anúncio oficial do negócio | Foto: Pedro Marconi



A Cativa (Cooperativa Agro-Industrial de Londrina) anunciou de forma oficial nesta quinta-feira (15) a aquisição de 100% das cotas da Confepar (Agroindustrial Cooperativa Central) a qual pertencia. O negócio é considerado o primeiro em que uma singular compra a central. Além da Cativa, integravam a Confepar outras quatro cooperativas: Colari, Copagra, Cofercatu e Coopleite. Todas foram fundidas e agora integram a Cativa
No segundo semestre de 2017, a cooperativa londrinense já havia obtido cotas partes de outras cooperativas junto à Confepar, aumentando a participação de 43% para 92% do capital social da Central. O valor da transação para compra da totalidade foi de aproximadamente R$ 30 milhões.
Com a aquisição, a Cativa estima faturar 50% a mais em 2018, passando de cerca de R$ 600 milhões, no ano passado, somando todas as cooperativas que formavam a Central, para R$ 900 milhões.
O planejamento é chegar ao montante por meio de expansão e formação de novas parcerias. Na próxima semana deverá ser confirmada parceria com uma empresa indiana para produção de leite em pó. O trabalho começará em 100 mil litros por dia, chegando a 300 mil no final do ano.
"É a primeira vez que uma cooperativa filiada adquire uma central no Estado. A partir de agora atuamos na captação de leite no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Estamos vendo uma carência muito grande na região Centro-Oriental do Paraná e faremos um trabalho para expandir neste local. O mesmo queremos fazer em Santa Catarina. Em São Paulo estamos em seis municípios e a partir de abril estaremos em mais seis", projetou Paulo Maciel, presidente da Cativa. No Paraná, a cooperativa abrange 188 cidades e em Santa Catarina 19.

CAPTAÇÃO
A incorporação também fez com que a Cativa atingisse o número de 9.345 cooperados nos três estados, contra cerca de sete mil que faziam parte da cooperativa anteriormente. O modo de trabalho e captação junto ao grupo de produtores, que é formado em 65% por trabalhadores familiares, continuará da mesma forma neste primeiro momento. "Com certeza vamos abrir mais oportunidades em Londrina e nas outras cidades também", destacou Maciel, que preferiu não estipular prazo e quantidade de novas vagas. Atualmente são 500 empregos diretos e mais de três mil indiretos.
Com a incorporação, a Cativa se torna a líder de captação em volume no Estado, somando 20 milhões de litros de leite por mês, além de também crescer na utilização da capacidade produtiva, que hoje é de 45% do total e deve atingir 80% até 2019. Segundo o presidente da cooperativa, há dois anos o Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná) deu sinais de que a Cativa poderia alcançar marcas maiores e a partir de então foi intensificado o projeto de expansão, que entre 2006 e 2010 passou por uma grave crise financeira. "Devemos lançar novos produtos no mercado, fortalecendo a marca dentro e fora do Paraná. A Confepar já vinha fazendo um trabalho grande em cima da marca e a tendência é seguir com isso".

MAIOR PRODUTOR
O Paraná é o segundo maior produtor de laticínio nacional, com 4,7 bilhões de litros em 2016. De acordo com o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, a negociação fará da região Norte um dos polos do setor no Estado. "Agora precisam ser feitas algumas ações, como ajustamento dos custos, recuperação do mercado e, principalmente, organização dos nove mil produtores. Se não conseguirmos fazer isso, este projeto ficará debilitado", pontuou.
A Cativa comercializa 13 produtos de leite e derivados e ração e sal mineral. E está habilitada para exportar para 30 países.