Com 2 milhões de sacas ao
ano, família supera Olacyr
Ao investir no transporte hidroviário, o Grupo André Maggi não esqueceu de sua principal atividade: a produção de soja. Nos últimos anos, consolidou-se como o maior produtor individual da cultura no País, atingindo dois milhões de sacas por ano.
Destronou Olacyr de Moraes, o antigo ‘‘rei da soja’’ que, nos anos de ouro colhia um milhão de sacas. Em seis fazendas – cinco em Mato Grosso e uma em São Miguel do Iguaçu (45 quilômetros a nordeste de Foz do Iguaçu), os Maggi cultivam 70 mil hectares com soja.
O grupo nasceu em 1977, quando o gaúcho André Maggi fundou em São Miguel do Iguaçu a Sementes Maggi, duas décadas depois de emigrar de Torres, no litoral gaúcho. ‘‘Cheguei aqui sem nada e trabalhei como empregado em uma serraria’’, relembra o patriarca, de 72 anos.
Hoje, o Grupo André Maggi fatura cerca de R$ 50 milhões por ano, possui atividades em dez Estados das regiões Sul (Paraná), Sudeste (São Paulo), Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e Norte (Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Amapá e Roraima) e é formado por dez empresas, que atuam em ramos tão diversos que vão da agropecuária à distribuição de autopeças, passando pela construção civil. Duas dessas empresas – a Amaggi Construções e a distribuidora de autopeças Fasa – são sediadas em Curitiba.
Para exportar sua produção de soja, além da produção comprada de outros fazendeiros, a holding mantém um escritório em Nova York. André Maggi critica a política econômica do governo e diz que não é tão afetado por ela porque negocia no exterior, em dólar. Ele credita o crescimento extraordinário do grupo ao fato de sempre ter fugido de financiamentos em bancos.
André ainda controla pessoalmente os negócios do grupo familiar. Prepara para sucedê-lo o único homem de seus cinco filhos: Blairo, que hoje ocupa a vice-presidência da holding e é suplente de senador pelo PDT de Mato Grosso. (V.D.)