O presidente da Comissão de Café da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Rui Queiroz, disse ontem que a proposta de ordenamento de safra a ser discutida na próxima reunião da Associação dos Países Produtores de Café (APPC) será importante para garantir uma renda maior para o produtor. De acordo com ele, desde que foi extinto o Instituto Brasileiro do Café (IBC), o Brasil não criou um outro instrumento político que impeça que toda a produção seja ofertada de uma só vez. (Veja box sobre estratégia internacional de retenção em 1994) .
‘‘O mercado se comporta de acordo com uma expectativa de safra, com preços aviltados e sempre refletindo o interesse maior dos importadores’’, diz ele. Conforme Queiroz, 60% de todo o volume de café produzido no mundo está concentrado em mãos de quatro ou cinco traders e torrefadores.
O presidente da Comissão de Café da CNA acredita que a participação do Brasil será a mais importante dentro do acordo de ordenamento de safra e que a retenção poderá ser feita pelas cooperativas ou produtores sem ser compulsória. ‘‘O Funcafé tem bala na agulha para viabilizar a retenção no Brasil’’, diz.
China Queiroz afirmou que o Brasil já possui os instrumentos necessários para iniciar a divulgação do café brasileiro na China. Em recente visita ao país, a comissão de representantes do governo e dos produtores brasileiros assinou acordo para a divulgação junto à All China Federation of Supply and Marketing Cooperatives (ACFSMC) que congrega 29,5 mil cooperativas e 180 milhões de cooperados.
A expectativa de Queiroz é que o produto brasileiro consiga conquista mercado principalmente junto ao público jovem, que costuma copiar os hábitos ocidentais. Dentro de quatro meses, deverão ser definidos os cronogramas para divulgação do produto junto ao público chinês.