A analista de sistema Simone Sawasaki Tanaka costumava comprar pacotes de férias com mais de um mês de antecedência, para garantir o embarque. Uma vez fechado o pacote, ela e o marido, Sérgio Tanaka, ficavam tranquilos. Mas a falência da Soletur sem aviso prévio colocou a confiança que o casal depositava nas operadoras por água abaixo.
Eles embarcariam dia 16 de dezembro para Porto Seguro, na Bahia. ''Ainda pretendo viajar em dezembro, mas só vou procurar pacote no início do mês. Se não encontrar para Porto Seguro, vou para outro lugar'', diz Simone. Ela não chegou a perder dinheiro com a Soletur porque conseguiu resgatar o cheque referente à entrada e cancelar as parcelas que seriam pagas com cartão de crédito.
Para muitos consumidores, ao fechar uma viagem pouco importa qual a operadora que está por trás do negócio. O importante, para eles, é a agência onde compram os pacotes. ''Quando vamos viajar, nós depositamos a confiança na agência de turismo'', resumem as amigas Marlene Santa Maria Nakamura e Regina Stella Marfará, ambas empresárias.

Elas costumavam fazer três viagens anualmente, duas com roteiros nacionais e uma internacional. ''Sempre ficamos tranquilas. Só me preocupei com essa questão quando soube da falência da Soletur. No mesmo dia telefonei para a agência para saber se o pacote que tinha comprado era com a Soletur'', conta Marlene, que embarca para Porto Seguro, pela CVC, dia 18. ''É verdade, a gente só ficava sabendo sobre a operadora no dia do embarque'', reforça Regina Stella.
As amigas também tiveram que refazer os planos de viagens devido aos altos custos dos pacotes. A viagem que elas farão a Porto Seguro deveria ser para o Leste Europeu. ''Com o dólar no preço que está, o jeito é ficar no Brasil'', comenta Marlene. Regina arremata: ''Os últimos anos foram muito bons. Será que um dia vamos conseguir retomar aquele ritmo, com três viagens por ano''? (B.B.)