O preço da cesta básica calculado pela média de 11 supermercados da cidade ficou 8,3% mais cara que no mês anterior. O levantamento é realizado pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas), da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), campus Londrina. O valor da cesta para uma pessoa adulta ficou em média R$ 422,72 este mês, enquanto no mês anterior o preço médio era de R$ 390,23. Para uma família (dois adultos e duas crianças), a cesta custou em média R$ 1.268,15 no mês de agosto.

A carne, que ficou 7,5% mais cara, é o produto que mais pesou na cesta básica, comprometendo 43,8% do valor pago
A carne, que ficou 7,5% mais cara, é o produto que mais pesou na cesta básica, comprometendo 43,8% do valor pago | Foto: iStock

Dos 13 itens da cesta, sete tiveram alta nos preços na comparação com julho: tomate, óleo, leite, banana, arroz, batata e carne. Tomate (+33,6%), óleo (+31,9%), leite (+14,6%) tiveram as maiores elevações. Mas a carne, que ficou 7,5% mais cara, é o produto que mais pesou na cesta básica, comprometendo 43,8% do valor pago.

O pão francês, a margarina, o açúcar e o café mantiveram os preços e farinha (-6,6%) e feijão (-2,7%) ficaram mais baratos este mês.

Na comparação com agosto do ano passado, a cesta básica também teve alta, de 16,9%. Em relação ao início do ano, o preço da cesta teve queda de 5,4%.

Economia

Se o consumidor se dispusesse a comprar o item mais barato em cada um dos supermercados, pagaria pela cesta R$ 345,70, com economia de 18,2%. Já se comprasse os itens da cesta no supermercado com os menores preços, pagaria 11,4% menos que a média (R$374,72). Já se comprasse no estabelecimento com maiores preços, pagaria 17,1% mais que a média (R$ 494,94).

Poder de compra

No mês de agosto, foi verificada uma diminuição no poder de compra do trabalhador. Em agosto, o trabalhador brasileiro que ganha um salário mínimo (R$ 1.045) precisou comprometer 40,5% da sua jornada de trabalho para comprar a cesta básica. No mês anterior, esse índice era de 37,3%. Já o trabalhador paranaense, cujo salário mínimo é de R$ 1.383,80, precisou dedicar 30,5% de sua jornada para adquirir a cesta em agosto, contra 28,2% em julho.

O economista Marcos Rambalducci expõe que falta de boi no pasto impactou nos custos. "A carne teve um peso significativo na alta da inflação. Isso em função que estamos na entressafra, não há oferta de boi, então isso acaba elevando o preço, além do que estamos com as exportações muito acentuadas de carne bovina, o que tem contribuído bastante para elevar o preço da carne", analisa.

Segundo Rambalducci, foram poucas quedas de preço. "É de observar também que outros produtos tiveram uma elevação significativa que justificaram esse aumento. Mas é bom a gente observar que apenas dois produtos é que tiveram baixa, o que é raro acontecer. E mesmo assim foram baixas muito pouco significativas, no caso do trigo 6%. Não justificou um equilíbrio."

Ele também comentou sobre o leite e a soja e citou o fator cambial. "O leite a gente já sabe, é entressafra, a produtividade é menor no inverno, muita seca, o que impede uma oferta maior de leite. O soja teve elevação, pois as exportações em alta. A taxa de câmbio também contribui para a elevação dos custos, e ajuda a explicar o porquê desta elevação tão súbita agora no final de agosto", pontua.