A cesta básica em Londrina se manteve estável em outubro, em relação a setembro. Com uma leve alta de 0,64%, o conjunto de 13 itens considerados essenciais encerrou o mês cotado, em média, a R$ 589,16 para uma pessoa adulta. No mês anterior, o valor foi calculado em R$ 585,40. O preço foi puxado para cima em razão da alta em alguns itens, como o óleo de soja, o açúcar e, principalmente, a carne que tem um peso maior na composição do valor final. Na outra ponta, houve redução nos preços dos dois únicos vegetais que compõem a cesta, ajudando a segurar o aumento. O tomate registrou deflação de mais de 16% e a batata teve retração de cerca de 12%.

A pesquisa é realizada mensalmente pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas), da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), em 11 supermercados, distribuídos por todas as regiões da cidade. O estudo faz o levantamento dos produtos que apresentam o menor valor, sem considerar as marcas.

O valor final calculado pelos pesquisadores corresponde à média obtida a partir dos preços praticados nas 11 lojas visitadas. Mas o coordenador do estudo, o economista Marcos Rambalducci, ressalta que o preço da cesta básica pode variar para mais ou para menos, dependendo da disposição do consumidor para pesquisar as melhores ofertas.

Todos os meses, o NuPEA faz a simulação do preço da cesta básica em todos os cenários possíveis. Caso o consumidor passasse por cada uma das 11 lojas comprando os itens mais em conta, ele faria uma economia de 18,2% e pagaria pela cesta R$ 481,98. Mas se esse mesmo consumidor entrasse desavisadamente no supermercado mais careiro, a mesma cesta teria um acréscimo de 7,3%, totalizando R$ 632,15.

Em uma situação mais próxima da realidade, no entanto, na qual o consumidor escolhesse fazer as suas compras no supermercado que pratica os menores preços, a cesta sairia por R$ 529,63, 10% abaixo do valor médio.

Após a alta de 6,65% em setembro sobre agosto, neste mês o preço final sofreu acomodação. Embora alguns produtos tenham registrado variação positiva, outros tiveram uma queda significativa, resultando no equilíbrio final. Entre os que aumentaram de preço estão o óleo de soja (15,0%), o açúcar (7,7%), a carne (6,5%), a margarina (4,1%) e o café (3,4%). Na outra ponta, houve redução nos preços do tomate (16,7%), da batata (12,3%), do arroz (4,1%), do leite (3,6%), do feijão e da banana, ambos com 2,0% de retração. O pão e a farinha de trigo ficaram estáveis, com ligeira elevação de 0,8% e 0,5%, respectivamente.

“O maior destaque vai para a elevação no preço da carne, com alta de 6,5%, lembrando que vinha de um aumento de 12% no mês de setembro, ou seja, em 60 dias acumula alta de praticamente 20%”, ressaltou Rambalducci. A carne tem um peso muito grande na composição do preço médio. Neste mês, a proteína correspondeu a 44,7% do valor total da cesta. “Seu impacto foi muito significativo.”

Para amenizar a elevação no preço da carne, o economista apontou a queda significativa de outros itens que também têm participação expressiva na formação do preço médio, como os hortifrútis, com destaque especial para o tomate e a batata. “Isso ajudou para que a composição final mostrasse estabilidade. Vale lembrar que cada consumidor tem sua própria inflação, decorrente de seus gostos, suas preferências, sua renda e até de sua idade. Por essa razão, muitas vezes a percepção do consumidor é que estes valores não refletem sua cesta”, avaliou Rambalducci.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a cesta básica de outubro de 2024 aumentou 13,4%. Naquele mês, o valor médio foi calculado em R$ 519,44. Em relação ao início deste ano, houve redução de 0,2%. Em 1º de janeiro, a mesma cesta básica era cotada a R$ 590,38.

O coordenador do NuPEA projeta que a cesta básica deverá encerrar o ano em alta. "A tendência é de alta, visto que a demanda aumenta nesse período, em especial, no caso da proteína animal", disse Rambalducci. Ele salientou que alguns produtos ajudaram a manter estável o preço da cesta, mas que situações adversas, como uma temporada mais extensa de chuvas, podem tirar esta vantagem e impactar mais ainda o preço final.