Cesta básica em Londrina sobe 4% em maio e passa de R$ 600
Pela primeira vez em 12 meses, cesta básica é cotada acima dos R$ 600; alta foi puxada pela batata e pelo leite
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 31 de maio de 2024
Pela primeira vez em 12 meses, cesta básica é cotada acima dos R$ 600; alta foi puxada pela batata e pelo leite
Simoni Saris - Grupo Folha

Pela primeira vez, em 12 meses, o valor da cesta básica em Londrina ultrapassou os R$ 600. A pesquisa realizada pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) do campus Londrina da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) apontou alta de 4,46% sobre abril, encerrando maio cotada a R$ 605,77 para o consumo de uma pessoa. A batata foi o item com maior alta de um mês para o outro, com aumento de mais de 41%.
Para uma família de quatro pessoas, considerando dois
adultos e duas crianças, a mesma cesta básica sairia por R$ 1.817,30, 22,30%
acima do salário mínimo nacional, de R$ 1.412.
Em abril, a cesta básica havia sido cotada a R$ 579,93, com
queda de 1,26% ante março. A alta observada em maio, não era prevista pelos
pesquisadores do NuPEA. “Surpreendeu bastante esta alta tão significativa para
somente 30 dias. O maior aumento foi da batata, com alta de 41,3%. Uma
comparação interessante é com o preço da batata de um ano atrás. No mesmo mês
do ano passado, estava, em média, R$ 5, variando de um supermercado a outro,
entre um mínimo de R$ 2,85 e um máximo de R$ 6,49”, avaliou o economista e
coordenador do NuPEA, Marcos Rambalducci. Em maio, o preço da batata oscilou
entre R$ 8,99 e R$ 12,90, com média calculada em R$ 10,31.
O aumento no preço final da cesta, disse o economista, pode
ser explicado pelas chuvas em áreas de produção da batata e do tomate. A
tragédia climática vivida no Rio Grande do Sul também ajudam a compreender o
aumento no preço de alguns produtos, como o arroz.
Dos 13 itens que compõem a cesta básica, sete subiram de
preço. Além da batata, também tiveram aumento o leite (24,1%), o tomate
(15,2%), o café (8,3%), a farinha de trigo (8,2%), o arroz (6,0%) e o óleo
(3,8%).
Na lista dos produtos que registraram queda, estão a banana
(-22,11%), o feijão (-11,8%), a margarina (-4,0%), o açúcar (-0,5%), a carne
(-0,5%) e o pão (-0,5%).
A carne, o item que mais pesa no bolso do consumidor,
correspondendo a 38,2% do valor total da cesta em maio, apresentou ligeira alteração
de preço. O acréscimo de 0,5%, indica estabilidade. A média, em maio, foi
calculada em R$ 33,42 o quilo contra R$ 33,59 em abril. O preço mais baixo observado
pelos pesquisadores foi R$ 27,89 e o mais alto, R$ 39,90. O corte usado como referência
é sempre o coxão mole, em peça ou fatiado. O NuPEA considera o que estiver mais
barato.
Na comparação com maio de 2023, o percentual de aumento foi
similar, de 4,1%. Neste mesmo mês do ano passado, a cesta básica custava R$ 582,03.
Em relação a janeiro de 2024, o aumento foi menor, de 2,6%. No início do ano, a
mesma cesta era calculada em R$ 590,38.
A variação positiva de preços observada em maio, afirmou
Rambalducci, está mais relacionada a problemas na oferta do que ao aumento da
demanda. “O arroz, possivelmente, poderá apresentar alta nos próximos meses,
assim como o leite. O primeiro, em função da perda de parte da produção do Rio
Grande do Sul, isso ainda a ser confirmado, e o leite porque estamos entrando
na entressafra do produto. A soja e o milho também tendem a apresentar altas,
então podemos prever uma tendência altista para os dois próximos meses.”
Para contornar a inflação e equilibrar o orçamento, a dica é
sempre comparar os preços. O NuPEA realiza a pesquisa em 11 supermercados de Londrina,
em todas as regiões da cidade. Em maio, o consumidor que se dispusesse a
comprar os itens com melhor preço em cada loja faria uma economia de 18,7%, pagando
R4 492,42 pela cesta básica. Mas em uma situação mais próxima da realidade, se
os produtos fossem adquiridos no supermercado com preços mais atrativos, a
economia seria de 9,4%, totalizando R$ 548,67. Sem pesquisa, no entanto, o
consumidor poderia pagar mais caro, R$ 650,21 - alta de 7,3%.

