Desfile dos Papangus no Carnaval de Bezerros, um dos mais tradicionais de Pernambuco
Desfile dos Papangus no Carnaval de Bezerros, um dos mais tradicionais de Pernambuco | Foto: Divulgação/Seturel-PE



O maior feriado do calendário brasileiro mobiliza não apenas foliões atrás de trios elétricos, mas também contribui para aquecer a economia das cidades onde o evento acontece. Após três anos em queda, a movimentação financeira gerada pelo Carnaval deve injetar mais de 6,2 bilhões de reais na economia, se confirmada a previsão da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Já o Ministério do Turismo, estima que a festa envolva um fluxo de 11 milhões de turistas em todo o país, entre os quais 400 mil estrangeiros.

Cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Recife estão na rota da folia. Segundo estudos do CNC, pelo menos 85% de toda a receita gerada no carnaval deve vir dos segmentos de alimentação, tais como bares e restaurantes (R$ 3,6 bilhões); transporte rodoviário (R$ 1,03 bilhão) e serviços de alojamento em hotéis e pousadas (R$ 705,6 milhões), detalha o estudo. Os foliões que adquiriram pacotes em agências devem gastar mais R$ 173,8 milhões.

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E se o Carnaval gera negócios, o setor de turismo comemora com a geração de empregos temporários. O segmento de serviços de alimentação deve oferecer cerca de 70% das oportunidades de emprego, com a criação de 13,7 mil postos. Há casos em que a geração de empregos é ainda mais evidente, como no Rio de Janeiro, onde acontece o tradicional Desfile das Escolas de Samba na Marquês de Sapucaí. Durante boa parte do ano, as escolas movimentam cerca de R$ 1,5 bilhão e geram mais de 200 mil empregos diretos e indiretos. A expectativa da Riotur, este ano, é de superar 2018, quando registrou 7 milhões de foliões sendo 1.5 milhão de turistas A hotelaria espera ocupação de 98% durante os dias de Carnaval.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro também ganha com o aumento da carga tributária. Segundo a pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, o Carnaval de 2018 gerou R$ 77 milhões em ISS (Imposto Sob Serviço), recolhidos pelo município do Rio. As autoridades prometem um Carnaval de Rua com maior segurança e ordenamento. "Aqui se prega aquela máxima onde mais turista gera mais empregos e receita", afirma Marcelo Alves, presidente da Riotur.

Em São Paulo não é diferente. O estado também é palco de desfiles de escolas e blocos de rua, que neste ano chegarão à marca histórica de 491 blocos só na capital. Tudo isso deve gerar R$ 1,7 bilhão na economia. A Prefeitura estima que quatro milhões de foliões participem da festa.

Já em Minas Gerais a folia deve movimentar R$ 567,6 milhões. O Carnaval de Belo Horizonte é o que tem crescimento mais significativo nos últimos anos. De acordo com o diretor-presidente da Belotur, Gilberto Castro, há pouco mais de dez anos a folia não existia com a dimensão atual. "Hoje temos expectativa de quase 5 milhões de foliões, o que representa um aumento de cerca de 20% em relação a 2018, para curtir os cerca de 700 desfiles de blocos de rua no período oficial da folia. Foram cadastrados 590 blocos pela Belotur com aumento de cerca de 40% em relação a 2018 com mais empregos e rentabilidade para a economia ".

Na região Nordeste a festa atrai foliões e negócios. Na Bahia, Roberto Duran, presidente da Salvador Destination e do do CBTur (Conselho Baiano de Turismo), confirma os benefícios do reinado de Momo. "O Carnaval é uma grande oportunidade de divulgar Salvador para o mundo e movimentar o comércio. Um período positivo economicamente para a rede hoteleira e empresas aéreas".

Segundo ele, o volume de turistas no período carnavalesco ultrapassa a marca de 1,1 milhão de foliões de outras cidades e do exterior. Já a hotelaria durante este período tem taxas de ocupação acima de 95%. "Serão movimentados R$500 milhões durante o período do Carnaval, com a geração de 250 mil trabalhos temporários", garante. Em Pernambuco, a folia se estende desde Recife e Olinda até o interior. Apenas na capital foram mais de 1,6 milhão de foliões. A ocupação hoteleira deve ser superior a 95% no período. É a folia gerando negócios.