Os investimentos diretos feitos por estrangeiros no país começaram a minguar no início deste ano. Até ontem, eles somavam US$ 1,94 bilhão neste ano – US$ 1,46 bilhão em janeiro e US$ 480 milhões neste mês, até agora.
Embora os números deste mês ainda não estejam fechados, o resultado parcial indica que este início de ano será bem pior do que os dois primeiros meses de 2000, quando os investimentos totalizaram US$ 4,8 bilhões.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse que esse resultado não preocupa e manteve a previsão de ingressos de US$ 24 bilhões em investimentos estrangeiros neste ano.
Do total de investimentos feitos por estrangeiros no País em janeiro, a maior parte (47,7%) veio dos Estados Unidos. Em segundo lugar ficaram as Ilhas Cayman, famoso paraíso fiscal, de onde vieram 18,5% dos recursos. No ano passado, graças a investimentos em telefonia e em bancos, a Espanha foi o país que mais trouxe dinheiro para o Brasil.
Dos investimentos feitos em janeiro, 38,8% se concentraram no setor de gás e energia elétrica. O setor automotivo recebeu 10,9% dos recursos.
Os investimentos estrangeiros são considerados a forma mais segura de financiar o rombo nas contas externas. Ao contrário do que ocorreu nos últimos anos, porém, ele não deve ser suficiente para cobrir o déficit de 2001.
No mês passado, o déficit foi financiado, em parte, pelo dinheiro vindo de empréstimos obtidos pelo governo por meio de lançamento de títulos no exterior. Esses recursos somaram US$ 2,44 bilhões.
No início deste ano, diferentemente do que ocorreu em 2000, as contas externas foram beneficiadas pelo maior interesse dos investidores estrangeiros nas ações de empresas brasileiras. No mês passado, estrangeiros compraram US$ 596 milhões em papéis brasileiros – US$ 337 milhões em Bolsas do Brasil e US$ 260 milhões no mercado norte-americano. Em janeiro de 2000, foram apenas US$ 124 milhões.