Agência Estado
Do Rio
A Braspetro, braço internacional da Petrobras, anunciou ontem a descoberta de um campo gigante de óleo equivalente (petróleo mais gás) na Nigéria, com reservas potenciais de mais de 1 bilhão de barris. O óleo é do tipo leve. O diretor de exploração e produção da Braspetro, João Carlos Figueira, afirmou que o campo é um dos maiores, ou pode ser o maior, da costa oeste da África. A Elf e a Shell têm campos na região com reservas da ordem de 700 milhões de barris cada.
O novo campo pertence ao consórcio que explora o bloco OPL 216, e é formado pela Braspetro (8%), a nigeriana Famfa Oil (60%) e a Star Deep Water Petroleum (32%), subsidiária da Texaco. Os estudos técnicos devem demorar de seis meses a um ano. Só então o consórcio poderá confirmar a dimensão das reservas e deslanchar o desenvolvimento do campo.
Além do poço exploratório Agbami-2, que tem profundidade final de 4.780 metros e possibilitou a descoberta, novos poços de delimitação devem ser perfurados na área.
A Braspetro participa de outro bloco de águas profundas na costa da Nigéria, o OPL 246, em sociedade com a nigeriana Sapetro e a Total Upstream Nigéria, subsidiária da francesa TotalFina. Segundo Figueira, o bloco está em fase de exploração, mas pode haver boas surpresas ainda este ano.
O executivo explicou que a produção do megacampo será vendida a quem oferecer o melhor preço, e não necessariamente ao Brasil. ‘‘A maioria dos clientes do óleo que produzimos em Angola, por exemplo, são companhias norte-americanas’’, disse Figueira. O diretor explicou que, no momento, não pode divulgar investimentos neste campo.
Segundo ele, a descoberta também não altera o cenário de preços internacionais do petróleo porque a produção não começará no curto prazo, assim como não tem influência, por enquanto, o megacampo descoberto no ano passado pela Petrobras, na Bacia de Santos. A Petrobras estima que as reservas do novo campo brasileiro sejam da ordem de 700 milhões de barris.