Agência Estado
De São Paulo
A fonte de incerteza externa não foi totalmente removida com a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de promover um aumento de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juro. A análise predominante no mercado internacional, compartilhada pelo gestor de Renda Fixa da Maxima Asset Management, Francesco Domenico Martino, é que o ajuste de apenas 0,25 ponto-base abre a porta para novas correções no juro este ano.
A suspeita está sendo alimentada pelo comunicado em que o Fed deixa explícita a preocupação com o aquecimento da economia norte-americana e o risco de pressão inflacionária nele embutido. ‘‘O aumento do juro definido pelo Fed não deve frear a economia e nova elevação deve ocorrer em março’’, prevê Martino. A próxima reunião do Fed para decidir o rumo dos juros está marcada para 20 e 21 de marçao.
A valorização das Bolsas que se seguiu a última reunião do Fed é considerada por Martino reação a uma correção do juro inferior a de 0,50 ponto porcentual prevista por uma ala do mercado. Mas o raciocínio dele, como de quase todo o mercado, é que a tendência de valorização de curto prazo pode dar lugar a oscilações mais bruscas com possível divulgação de indicadores econômicos negativos nos EUA que reforcem a idéia de alta dos juros.
O gestor de Renda Fixa da Maxima Asset Management comenta que a bolsa vai deslanchar apenas quando o cenário externo clarear de vez. Até lá o período de instabilidade mais acentuada torna as ações contra-indicadas para quem trabalha com expectativa de rentabilidade no curto prazo. Para quem, de todo modo, se sente tentado a beliscar um ganho na Bolsa, ele sugere um fundo que tente reproduzir a variação do Índice Bovespa.
A opção mais indicada no mercado de renda fixa, no cenário de juro estável, são os fundos de renda fixa tradicionais, com títulos prefixados de curto prazo, sugere. São papéis que embutem ganho adicional no juro, que, embora baixo, faz a diferença em relação aos fundos DI.
Dólar turismo Mesmo com a decisao tomada pelo governo, há um ano, de unificar os mercados de dólar comercial e flutuante (turismo), as instituicoes financeiras continuam fazendo essa separação para determinados tipos de transação.
De acordo com a Resolução nº 2.588 do Conselho Monetario Nacional (CMN), desde 1º de fevereiro de 1999 não existem mais esses dois mercados para negociação da moeda norte-americana. O mercado é único. Mas o Banco Central (BC) explica que essa unificação só existe realmente na contabilidade das instituições financeiras. Os bancos estão liberados para definir cotações diferenciadas para a moeda e, portanto, a ter ainda um dólar turismo, sempre mais caro que o comercial.
É o caso do Banco do Brasil (BB) e do Banespa. Eles continuam divulgando diariamente o preço de compra e venda para o dólar turismo.